Presidente do DEM no Estado de Goiás e líder do partido na Câmara, o deputado Ronaldo Caiado se transformará neste sábado (11) na primeira liderança nacional do seu partido a manifestar publicamente o apoio às pretensões presidenciais de Eduardo Campos. Fará isso num ato público na Câmara Municipal de Goiânia. O governador de Pernambuco será a estrela do evento.
Eduardo Campos desembarcará na capital goiana para recepcionar no PSB Vanderlan Cardoso. Trata-se de um ex-deputado estadual. Também já foi prefeito da cidade de Senador Canedo. Em 2010, disputou o governo de Goiás. Perdeu para o tucano Marconi Perillo, atual governador do Estado.
Em litígio com Marconi, Caiado faz política em parceria com Vanderlan. Firmaram um acordo de cavalheiros. Em 2014, antes das convenções partidárias de junho, farão três pesquisas de intenção de voto. Quem estiver mais bem posto disputará o governo do Estado. O outro será candidato ao Senado ou a vice-governador. E ambos fornecerão palanque para Eduardo Campos.
Até aqui, o DEM de Caiado era visto como parceiro automático do presidenciável do PSDB, Aécio Neves. O diretório de Goiás toma distância do tucano por uma questão de sobrevivência. “Tenho amizade com Aécio, mas não posso cobrar dele a resolução dos problemas que tenho com o PSDB local”, disse Caiado ao blog.
“Ninguém mutilou mais o DEM em Goiás do que o Marconi Perillo”, prosseguiu o deputado. “Quando ele se elegeu pela segunda vez, tirou 27 prefeitos do nosso partido. Aprofundou o desmonte ao ajudar na formação do PSD de Gilberto Kassab em Goiás. Não posso ficar inerte.”
Coube ao próprio Eduardo Campos, na condição de presidente do PSB federal, convidar Vanderlan para ingressar no partido. Ele também se reuniu com Caiado, em Pernambuco. Com esses movimentos, reagiu a uma articulação de Lula. Em parceria com o vice-presidente Michel Temer, Lula atraiu para o PMDB o empresário José Batista Júnior, o Júnior do Friboi, que disputaria o governo de Goiás pelo PSB. Um palanque que era de Eduardo passou a ser de Dilma.
Na visita deste sábado, Eduardo se reposicionará no Estado de Goiás menos de 48 horas depois de Lula ter avaliado, em reunião no Palácio da Alvorada, que ele ainda pode desistir da candidatura presidencial. A julgar pela ebulição que promove nos subterrâneos da sucessão, Eduardo não parece propenso a confirmar o vaticínio de Lula.