O jornal Folha de São Paulo publica matéria, na edição de hoje, 06/09, de um suposto pagamento relacionado a um nome “Marconi”.Veja detalhes publicados no jornal.
Deu na Folha:
Planilha apreendida pela Polícia Federal na casa de um auxiliar do empresário Carlinhos Cachoeira indica pagamento de R$ 500 mil a um “Marconi”. A CPI do Cachoeira fará cruzamentos de dados para saber se a menção refere-se ao governador Marconi Perillo (PSDB-GO).
A suposta ligação do tucano com o empresário é alvo de apuração da comissão e de um inquérito criminal no Superior Tribunal de Justiça.
Cachoeira está preso há pouco mais de seis meses, sob a acusação de corrupção e lavagem de dinheiro, entre outros crimes.
O pagamento relacionado a “Marconi” consta de planilha com a contabilidade da empresa de segurança Carcop do Brasil, já desativada, e que pertencia a Cachoeira.
O documento estava em um disquete guardado numa caixa na casa de Adriano Aprígio, ex-cunhado de Cachoeira e apontado pela PF como seu representante no comando de empresas.
Foi nessa mesma caixa que a PF encontrou um vídeo em que o prefeito de Palmas (TO), Raul Filho, oferece vantagens a Cachoeira em troca de apoio nas eleições de 2004.
Na planilha, o pagamento de R$ 500 mil está vinculado à data de 20 de outubro de 2002. Duas semanas antes, Perillo havia sido reeleito governador, em sua primeira passagem pelo cargo.
Na prestação de contas do tucano à Justiça Eleitoral, não há registro de doação pela Carcop ou por outra empresa ligada a Cachoeira.
Nas eleições de 2010, indicam outros dados levantados pela PF, uma empresa responsável pela doação de R$ 450 mil à campanha do tucano foi abastecida por uma das empresas de fachada usadas pelo esquema Cachoeira.
INVESTIGAÇÃO
“Um evento como esse só fortalece a tese das relações do Cachoeira com o governador. É claro que isso será investigado”, afirmou o relator da CPI, Odair Cunha (PT-MG).
O deputado petista já disse a interlocutores que está tomada a decisão de pedir o indiciamento de Perillo no relatório final, mas ainda busca provas que convençam os demais partidos a apoiar esse ponto do seu texto.
O PMDB, por exemplo, que divide com o PT o comando da CPI, considera que ainda não existem provas robustas contra Perillo.
Foi para garantir o apoio dos peemedebistas que o PT aceitou paralisar a CPI no período eleitoral –ainda assim, técnicos continuarão trabalhando. O acordo foi fechado numa reunião na liderança do PMDB da Câmara.
OUTRO LADO
O governador Marconi Perillo (PSDB-GO) afirmou, por meio da assessoria, que não pode se responsabilizar pelo que as pessoas escrevem “usando seu nome”.
A assessoria negou que ele tenha recebido dinheiro da empresa que pertenceu a Carlinhos Cachoeira e disse que o governador “nunca ouviu falar” da Carcop.
Perillo disse, ainda, que teve os seus sigilos bancário, fiscal e telefônico quebrado pela CPI do Cachoeira e que “não se constatou qualquer irregularidade”.
Segundo a assessoria de Perillo, outras gravações e anotações que citam o governador foram negadas pelos fatos. Em outras oportunidades, ele afirmou que sua gestão não foi “loteada” para o grupo de Cachoeira.
ABAIXO: REPRODUÇÃO DA FOLHA DE SÃO PAULO DE HOJE, 06/09.