O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou neste domingo (7) que existe um “preço” para que sua eventual candidatura ao Palácio do Planalto em 2026 seja retirada. A declaração foi dada durante conversa com apoiadores e amplia as tensões dentro do campo bolsonarista, que ainda discute o nome que representará o grupo no pleito do ano que vem.
Na sexta-feira (5), Flávio havia anunciado nas redes sociais que recebeu do pai, Jair Bolsonaro (PL), a “missão” de dar continuidade ao projeto político do bolsonarismo. Dois dias depois, ele relativizou a decisão e sugeriu publicamente que pode abrir mão da disputa.
“Olha, tem uma possibilidade de eu não ir até o fim. Eu tenho um preço pra isso. Eu vou negociar. Eu tenho um preço pra não ir até o fim”, declarou. O senador afirmou que só revelará suas condições “amanhã”, e pediu aos aliados que reflitam sobre as implicações nacionais de uma eventual retirada: “Eu só quero que vocês pensem o que está em jogo no Brasil enquanto vocês vão ver eu retirar a minha candidatura”.
Questionado se a pressão viria do ex-presidente, Flávio negou. “Não falo do meu pai desde terça-feira, porque o presidente não pode ter telefone dentro de onde ele está”, afirmou, numa referência indireta à situação jurídica de Jair Bolsonaro. “Agora, o chefe do Comando Vermelho ou do PCC pode dar ordem com telefone, mas o presidente não”, ironizou.
Pressão por anistia
Durante a conversa, Flávio Bolsonaro também voltou a cobrar que os presidentes da Câmara e do Senado avancem com a votação do projeto de anistia para os investigados e condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
“Eu espero que a gente paute essa semana a anistia. Espero que os presidentes da Câmara e do Senado cumpram o que prometeram pra nós: pautar a anistia e deixar o pau cantar no voto do plenário. Isso é democracia”, afirmou.
O senador disse ainda que o tema segue em negociação e que confia no acordo construído pela cúpula do Congresso. “Eu fico com o cara o tempo inteiro, na do gente, perdido… mas eu espero que eles honrem o compromisso”, afirmou, em referência às conversas de bastidor com líderes partidários.
Ambiente de incerteza
As falas ampliam o ambiente de indefinição no PL sobre a candidatura presidencial de 2026. O nome de Flávio surgiu após recuos públicos de outros quadros do partido e no momento em que Jair Bolsonaro segue inelegível e com limitações impostas por decisões judiciais.
Ao afirmar que “desistir tem preço”, o senador adiciona uma nova camada de pressão, tanto interna, entre aliados do bolsonarismo, quanto externa, sobre o Congresso, especialmente em relação ao projeto de anistia.
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