12 de setembro de 2024
RETRATAÇÃO

Desembargador que defendeu a extinção da Polícia Militar se retrata em audiência

Durante a sessão de julgamento, o desembargador falou ainda sobre “recorrentes abusos” da polícia longe de bairros nobres
Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) Adriano Roberto Linhares Camargo. (Foto: Reprodução)
Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) Adriano Roberto Linhares Camargo. (Foto: Reprodução)

O desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), Adriano Roberto Linhares Camargo, se retratou da manifestação que fez sobre a Polícia Militar (PM) durante a sessão de julgamento da Seção Criminal, que aconteceu no dia 1º de novembro. A retratação aconteceu em audiência de mediação realizada na Corregedoria Nacional de Justiça, na terça-feira (21).

A audiência realizada na Corregedoria contou com a presença do corregedor Nacional de Justiça, o ministro Luis Felipe Salomão, e do presidente do TJGO, desembargador Carlos França.

Segundo o TJGO, a divulgação da retratação foi autorizada e o desembargador declara que se retrata de “forma cabal”. “Quanto ao pronunciamento pessoal por mim lançado em sessão de julgamento da sessão criminal do Tribunal de Justiça de Goiás de 1º/11/2023, relativamente à generalização abstrata feita em relação à extinção da Polícia Militar do Estado de Goiás e à inoportuna afirmativa de que atuava com invisibilidade nos confrontos, colho o ensejo para de ambas retratar-me de forma cabal. Nesta ocasião, desejo ratificar o apreço e a consideração institucional pelo trabalho desenvolvido pelos policiais militares e pela Polícia Militar do Estado de Goiás”, relatou.

A audiência definiu que o desembargador permaneça de férias até o dia 29 de novembro e será realizada uma correição extraordinária no gabinete de Adriano Roberto e na 4ª Câmara Criminal do TJGO.

Entenda o caso

Durante o julgamento no TJGO, o desembargador falou sobre “recorrentes abusos” da polícia longe de bairros nobres e que os agentes não tinham autorização para entrar na residência dos abordados. Em seguida, ele sugere que a Polícia Militar acabe. “Aqui vai uma reflexão pessoal: para mim tem que acabar com a Polícia Militar e instituir uma forma diferente de atuação na área da investigação e repressão ao crime”, afirmou.

Além disso, ainda durante o julgamento, o desembargador disse que a polícia é “invisível”, já que são noticiados vários confrontos que matam “quatro, cinco e seis”, mas ninguém da Polícia Militar. Diante das falas, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, se manifestou pedindo respeito pela Polícia Militar.

“Respeite a Polícia Militar, que está sob o meu comando, entendeu bem? Quem responde por ela sou eu. Se você tem alguma crítica, faça ao governador. Já mandei o procurador-geral de Goiás construir um documento para encaminhar ao corregedor para que as penas sejam ali muito bem aplicadas em um cidadão que não tem qualificação mínima para ser desembargador”, disse.


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