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Notícias do Estado
| Em 12 meses atrás

Deputado repudia nome de série que fala em “queda de Abadiânia”

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O anúncio pela Rede Globo de Televisão de que o nome da nova série sobre o médium João de Deus é “João sem Deus – A Queda de Abadiânia”, foi criticado na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) hoje, 17. Representante da região na Alego, o deputado Amilton Filho (MDB) repudiou a forma como a cidade foi citada. A série começou a ser exibida na sexta-feira,13.

O parlamentar lamentou que o município seja apontado como decadente e disse que isso prejudica as pessoas e os negócios locais. “Os crimes cometidos por João de Deus não deveriam recair sobre os moradores e nem sobre a cidade de Abadiânia”, destacou, indignado.

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Além disso, ele garante que a ideia de queda e decadência, estaria longe do que a prefeitura garante ser a realidade de Abadiânia hoje. Mesmo reconhecendo que João de Deus atraia muita gente, e por isto movimentava hotéis e restaurantes, ele citou que a receita da cidade quase dobrou depois da prisão do médium.

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Escolha infeliz

“No fim de 2018, Abadiânia teve uma receita de R$ 43 milhões. Em 2022 a receita passou a ser de R$ 77 milhões”, exemplificou. O parlamentar citou indústrias novas que estão se instalando na cidade e que o turismo também tem crescido, estimulado pelo lago da usina de Corumbá 4.

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“Abadiânia não caiu. Fica meu repúdio e minha tristeza”, completou Amilton Filho.

Aniversário

Para ele, a escolha do nome e a data de anúncio também foram muito infelizes porque Abadiânia comemora seus 70 anos na sexta-feira desta semana.

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Considerando que o médium deve pagar pelos crimes de abuso e estupro pelos quais foi condenado há mais de 500 anos, o deputado apelou para que a cidade não seja nivelada pelo que João de Deus fez.

Debandada inicial

De qualquer forma, logo após a prisão do médium, em 2018, Abadiânia sofreu, sim, grandes abalos. A cidade tinha somente 18 mil habitantes na época em que o médium estava no auge da fama.

Com a prisão, inúmeras reportagens registraram a debandada dos fieis que frequentavam a Casa Dom Inácio. Lá ele atendia, por mês, cerca de 10 mil pessoas. Dessas estima-se que 40% eram estrangeiras. Especialmente devido à fama internacional após a entrevista concedida à renomada apresentadora Oprah Winfrey, dos Estados Unidos.

O turismo religioso alimentava a parte da cidade que ficava próxima desse ponto de atendimento. Isto acabou. Mas muitos dos que se mudaram atraídos pela fé ou pelos negócios que ela movimentava, continuaram. E novos negócios foram iniciados em outros ramos.

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Marília Assunção

Jornalista formada pela Universidade Federal de Goiás. Também formada em História pela Universidade Católica de Goiás e pós-graduada em Regulação Econômica de Mercados pela Universidade de Brasília. Repórter de diferentes áreas para os jornais O Popular e Estadão (correspondente). Prêmios de jornalismo: duas edições do Crea/GO, Embratel e Esso em categoria nacional.