O deputado estadual Renato Freitas (PT-PR) denunciou ação da Polícia Federal (PF) durante inspeção de embarque em voo, em Foz do Iguaçu (PR). De acordo com ele, teria sofrido racismo, por ter sido o único convidado a se retirar do avião para ter a bagagem revistada.
O próprio parlamentar gravou a ação e publicou o vídeo em suas redes sociais, no dia 3 de maio. Na gravação, um agente da PF explica que o procedimento é definido pelo sistema aleatoriamente. “Quando o sistema pede para fazer, tem que ser feito na mochila da pessoa e na pessoa. Isso é feito o dia inteiro aqui”, afirma um dos policiais.
Por fim, encerrada a inspeção, já retornando à aeronave, o deputado se refere aos agentes como “bando de racistas ignorantes” e se diz humilhado por ter sido o único passageiro retirado do voo para a revista. Em sua publicação, o deputado se referiu a fala do policial e ironizou. “Hoje estou voando para Londrina, e semana que vem para o Rio de Janeiro. Espero que, ao contrário desse sorteio no Aeroporto de Foz do Iguaçu, eu não seja escolhido aleatoriamente de novo”, escreveu.
Hoje estou voando para Londrina, e semana que vem para o Rio de Janeiro.
Espero que, ao contrário desse sorteio no Aeroporto de Foz do Iguaçu, eu não seja escolhido aleatoriamente de novo, kkkkk Mega-Sena que é bom nada, só sorteio ruim kkkk
Tamo junto família, o lar do… pic.twitter.com/GnPGoYhUsG— Renato Freitas (@Renatoafjr) May 10, 2023
Explicações
De acordo com a Agência Brasil, a PF informou em nota que o procedimento foi realizado em conformidade com as resoluções da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O órgão alegou que, no dia do ocorrido, a equipe foi acionada para auxiliar um agente de proteção da aviação civil, pois um passageiro teria se recusado a se submeter a medidas de segurança.
Conforme a PF, a resolução da Anac estabelece que os passageiros passem por medidas adicionais de segurança, aleatoriamente, sempre que julgado necessário. No entanto, declarou que vai apurar eventuais abusos ou falhas na execução dos procedimentos.
Defesa
A assessoria do deputado Renato Freitas alegou à Agência Brasil que em nenhum momento houve recusa dele em relação aos procedimentos de segurança. Segundo o parlamentar, foi informado a ele no dia que teria sido “sorteado” para uma revista minuciosa, mesmo após ter passado por todas as etapas de segurança, incluindo o raio-x.
Freitas ainda relatou que após a abordagem e o pedido para revista mais minuciosa, ele aguardou na área do raio-x, mas, como não houve movimentação por parte da segurança, ele seguiu para o avião. Instantes depois, foi abordado pela PF, sob argumento de negativa de revista. Para o parlamentar as justificativas da polícia são contraditórias.
Por fim, o deputado afirma que a maior responsabilidade pelo constrangimento é dos Agentes de Proteção da Aviação Civil, que acionaram os policiais. Renato fez apelo para que as gravações do circuito interno de câmeras do aeroporto sejam disponibilizadas para esclarecimentos sobre o episódio.