22 de dezembro de 2024
Inconformismo • atualizado em 09/02/2024 às 11:38

Defesa de Bolsonaro relata indignação com ação da PF e afirma que minuta foi entregue por advogado

Defesa alega que Bolsonaro jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito
Além da minuta, a participação de Bolsonaro em reuniões com teor golpista também consta nas investigações da PF. (Foto: Reprodução).
Além da minuta, a participação de Bolsonaro em reuniões com teor golpista também consta nas investigações da PF. (Foto: Reprodução).

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou por meio de nota oficial alegando indignação e inconformismo em relação às medidas tomadas durante a Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta última quinta-feira (8). Em um segundo comunicado, os advogados do ex-chefe do Executivo também informaram que Bolsonaro tinha acesso à minuta sobre um eventual golpe de Estado porque havia recebido o documento de seu advogado Paulo Cunha Bueno.

“Trata-se, portanto, de documento que já integrava a investigação há tempos e cujo acesso foi dado ao ex-presidente por seu advogado, vez que, repita-se, desconhecia, até então, sua existência e conteúdo”, declarou”, afirmou a defesa, constituída por Paulo Amador da Cunha, Daniel Bettamio Tesser e Fábio Wajngarten. Eles também destacaram que “o ex-presidente jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam”.

Os advogados argumentam que, desde março, “Bolsonaro vem sendo alvo de repetidos procedimentos, que insistem em uma narrativa divorciada de quaisquer elementos que amparassem as graves suspeitas que repetidamente lhe vêm sendo impingidas”.

Vale lembrar que durante a operação da polícia, foi determinado que o ex-presidente apresentasse seu passaporte, sendo impedido, portanto, de realizar quaisquer viagens internacionais. “A medida se mostra absolutamente desnecessária”, disse a defesa.

Acesso as minutas

Na última quinta, a PF encontrou, na sede do PL em Brasília, na sala ocupada pelo ex-presidente, um documento de cunho golpista. Segundo policiais que participam da apuração, o documento apresentava supostas razões para decretar “estado de sítio” no país e aparentava ser um pronunciamento à nação. As informações são de fontes ligadas à investigação.

Após a repercussão, a defesa de Bolsonaro explicou que no ano passado, com a prisão preventiva de Mauro Cid, houve a apreensão dos aparelhos de telefonia celular do militar. Nas análises dos aparelhos, foram localizados arquivos do que seriam possíveis minutas de decretos de Estado de Sítio ou de GLO. A defesa do ex-presidente afirma que, desconhecendo o conteúdo de tais minutas, Bolsonaro pediu para que seu advogado criminalista, Dr. Paulo Amador da Cunha Bueno, as encaminhasse a ele por mensagem “para que pudesse tomar conhecimento do material dos referidos arquivos”.

Conforme explica a defesa, Paulo encaminhou os arquivos diretamente para o celular de seu
cliente. Por sua vez, o ex-presidente teria feito a impressão em papel do arquivo. “A impressão provavelmente permaneceu no local da diligência de busca e apreensão havida na data de hoje, que alcançou inclusive o gabinete do ex-presidente, razão porque lá foi apreendido”, justificou a defesa.

Além da minuta, a participação de Bolsonaro em reuniões com teor golpista também consta nas investigações da Polícia Federal.

Confira na íntegra a nota da defesa de Bolsonaro:

“A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, diante das medidas cautelares deflagradas nesta data, e que contemplaram, inclusive, a custódia preventiva de apoiadores próximos, vem manifestar sua indignação e inconformismo.

O ex-presidente jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam.

A despeito disso, desde março vem sendo alvo de repetidos procedimentos, que insistem em uma narrativa divorciada de quaisquer elementos que amparassem as graves suspeitas que repetidamente lhe vem sendo impingidas.

A despeito de sua absoluta voluntariedade e disponibilidade em comparecer a todos as convocações feitas por determinação do Supremo Tribunal Federal, foi- lhe determinada a apresentação de seu passaporte, impedindo-lhe, portanto, de realizar quaisquer viagens internacionais.

A medida se mostra absolutamente desnecessária e afastada dos requisitos legais e fáticos que visam garantir a ordem pública e o regular andamento da investigação, os quais sempre foram respeitados”.

O segundo comunicado pode ser conferido aqui: Clique aqui


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