21 de dezembro de 2024
Destaque • atualizado em 11/01/2022 às 19:16

Decisão de Bolsonaro causa revolta na UFG: “Desrespeito à Universidade”

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

O ex-reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Edward Madureira, e a reitora em exercício, Sandramara Chaves, eleita pela comunidade acadêmica, concederam entrevista coletiva à imprensa na tarde desta terça-feira (11) para falar sobre a nomeação do Ministério da Educação da professora Angelita de Lima para o cargo. Para os educadores, trata- se de algo revoltante, visto que a profissional escolhida pelo governo federal, recebeu o menor número de votos na consulta universitária.

“Quero dizer da nossa perplexidade e da nossa revolta ao nos depararmos hoje com essa situação de nomeação da terceira professora que compõem a lista tríplice que foi enviada ao Ministério da Educação. Lista tríplice essa que seguiu todos os preceitos legais, com edital publicado pelo Conselho Universitário”, pontuou Sandramara. “É revoltante porque é um ato desse governo que desrespeita a Universidade Federal de Goiás”, ressaltou.

A profissional destacou a competência, capacidade e compromisso da professora Angelita de Lima com a UFG, em especial para o cargo, e ressaltou que o causa revolta, neste momento, é o desrespeito e a afronta do governo federal com a instituição. “Nos surpreendeu porque a nossa expectativa era que a autonomia da Universidade fosse respeitada, que a escolha do Conselho Universitário e da comunidade fosse respeitada. Mas não nos surpreendeu em função do que esse governo vem fazendo”, enfatizou, ao afirmar “’indignação” e”perplexidade” diante de tal ato praticado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ao fazer uso da palavra, o ex-reitor por três mandatos, Edward Madureira, destacou respeito à trajetória de Sandramara e salientou, aparentemente abatido, compartilhar do mesmo sentimento da colega. “Faço coro às suas palavras: indignação, revolta, desapontamento profundo, com desrespeito, acima de tudo, à Universidade pública brasileira. A UFG é mais uma vítima do que tem acontecido desde o início de 2018”, ponderou.

Madureira relembrou ainda que convive na Universidade desde 1981 e há 36 anos o respeito  à democracia era mantido. “Nunca aconteceu nesta Universidade uma situação em que o primeiro nome da lista não fosse o escolhido para dirigir a Universidade”, afirmou. “São 36 anos de respeito, em primeiro lugar, à democracia nesta instituição, de respeito à autonomia universitária”, salientou.

O mandato de Edward Madureira como reitor da UFG terminou na última quarta-feira, dia 5 de janeiro. Já Sandramara, permanece em exercício ao cargo até o próximo sábado, dia 15. Entretanto, os profissionais destacaram que continuarão o trabalho construído ao lado de Angelita, pensando no melhor para a instituição, com relação à permanência do papel ocupado no estado de Goiás, no contexto nacional e internacional. “O que nós precisamos pensar é na preservação da UFG, que é um grande patrimônio do povo goiano”, pontuou a reitora.


Leia mais sobre: / / Cidades / Destaque