Com o fim da emergência sanitária, especialista lembra que a covid-19 não vai desaparecer e que a vacinação deve continuar (Foto Fábio Rodrigues-Pozzebom /Agência Brasil).
Com base nos dados de vacinação do Brasil, o Observatório da Atenção Primária à Saúde da associação civil sem fins lucrativos Umane, concluiu que, em 2021, o país atingiu a menor cobertura vacinal em 20 anos. Apesar de ter sido referência mundial em cobertura vacinal, no ano em questão, a média nacional de vacinação atingiu apenas 52,1%.
Conforme os dados analisados pelo observatório, de 2001 a 2015, a média nacional de cobertura vacinal se manteve sempre acima dos 70%, mas, em 2016, diminuiu para 59,9% e vem caindo desde 2019. Atualmente, o estado com menor cobertura é Roraima, com 29,9%. Já Tocantis registra a maior taxa do país, com 61,9%, acima da média nacional.
De acordo com o Ministério da Saúde, ampliar as coberturas vacinais é prioridade da nova gestão. Com efeito, desde o início deste ano, a pasta tem realizado ações voltadas para o restabelecimento da confiança nas vacinas e na reconstrução do Sistema Único de Saúde (SUS).
O Ministério afirmou que a Cordenação-Geral do Programa Nacional de Imunização (PNI) passou a ser um departamento, visando o fortalecimento das estratégias de vacinação no país. Para apoiar a reconstrução das ações, a pasta informou que vai destinar mais de R$ 151 milhões a estados e municípios, para incentivar as iniciativas de multivacinação.
Os maiores esforços se darão em regiões onde as taxas de imunização estão mais baixas. Nesse sentido, a transferência dos recursos será feita em duas etapas: a primeira, com 60% do valor total e a segunda, após o fechamento das ações de microplanejamento. Ao todo, R$ 13 milhões serão destinados aos estados e R$ 138 milhões, para os municípios.