O deputado Humberto Aidar (MDB), relator da CPI dos Incentivos Fiscais, confirmou que a comissão ouvirá o presidente da Adial Brasil e dono da Coca-Cola em Goiás, José Alves, na próxima segunda-feira (2).
O empresário tem feito ataques ácidos ao colegiado, afirmando até mesmo, segundo Aidar, que a Assembleia tem envergonhado o estado. De acordo com o relator da CPI, apesar do acirramento de ânimos, a convocação de Alves se insere apenas em mais um processo de oitiva.
“Vamos apresentar os dados da sua empresa. Ele será ouvido como outro empresário qualquer. Mas queremos dar oportunidade para que ele fale pessoalmente o que anda dizendo nas suas postagens. Ele tem criticado muito a Assembleia. Queremos trazê-lo para que ele, perante a CPI, possa fazer essas mesmas afirmações. Temos algumas colocações que vamos fazer na sua presença também, para não ficar essa discussão por jornal ou emissora de rádio”, disse.
De acordo com o deputado, o empresário e outros expoentes do meio empresarial goiano estão se incomodando com a CPI por estarem perdendo privilégios. “Ele e alguns outros que estavam acostumados a mandar em Goiás e na Assembleia, até por financiar políticos, deve estar estranhando a atuação da Assembleia, com coragem de peitar esses grandes empresários. Talvez, ele não se acostumou ainda, mas terá que se acostumar”, comentou.
Calendário
Após ouvir José Alves, a CPI dos Incentivos Fiscais ainda colherá o depoimento da secretária de Economia, Cristiane Schmidt, e de sua equipe técnica.
“Aprovamos um convite, até porque ela não é investigada, mas, por se tratar de incentivos, nós a convidamos e seu corpo técnico. Houve muita discordância dos empresários que aqui estiveram quanto à alíquota de ICMS que é recolhido. Este será o tema principal da participação da secretária aqui na CPI”, explicou Aidar.
Alves e Schmidt serão, conforme o relator, os últimos ouvidos na comissão. Depois disso, Aidar se concentrará na elaboração do relatório final. O parecer, de acordo com ele, deve ser lido na Assembleia apenas em 2020.
“Vamos trabalhar apenas internamente com o corpo técnico da Casa e do Tribunal de Contas para preparar o relatório, que dificilmente ficará pronto até a saída para o recesso. Na volta dos trabalhos, o relatório será apresentado, provavelmente em fevereiro”, detalha.