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| Em 4 anos atrás

Coronafobia: a nova desordem mental, nascida da pandemia da Covid-19

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Com surgimento na China, a Covid-19, causada pelo Coronavírus, afeta atualmente não somente contaminados, mas também pessoas que desenvolveram ansiedade e depressão, ao longo da pandemia, por conta deste problema que aterroriza cada dia mais a população em todo o mundo.

Além da dor da perda, para aqueles que viram parentes e amigos partir em decorrência da Covid-19, está presente no mundo outra batalha que precisa ser driblada: a Coronofobia, termo que se tornou nomenclatura oficial dos estados mentais relacionados às fobias.

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Conforme estudo publicado em dezembro do ano de 2020, pela US National Library of Medicine, em 500 casos de ansiedade e depressão, foi constatado que todos estavam ligados à pandemia do Coronavírus, que provoca um aumento de sentimentos como medo e ansiedade. 

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De acordo com artigo escrito pela Dra. Rita de Cássia Salhani Ferrari, os sentimentos de medo e insegurança são alguns dos sintomas mais presentes por conta da imprevisibilidade do comportamento do vírus em cada pessoa atingida.

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“Mas não apenas isso. Estamos falando ainda da imprevisibilidade das questões socioeconômicas, da carreira e dos negócios. E todas as incertezas levaram a um aumento considerável dos transtornos psiquiátricos e emocionais desde que a pandemia começou e se tornou um evento traumático de proporções maiores do que os surtos de doenças anteriores dos últimos tempos”, ressaltou.

As fobias específicas geralmente são causadas por eventos traumáticos. Sendo assim, a Coronafobia, termo criado no fim do ano de 2020, se trata de uma ansiedade grave causada pela condição pandêmica e é classificada como um medo extremo de contrair o vírus levando a sintomas excessivos de ordem física, psicológica e comportamental.

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“Se um simples espirro ou tosse, por exemplo, suscitam uma preocupação irracional de ser COVID-19, isto pode estar relacionado à Coronafobia. Ou seja, é importante ficar atento para analisar se a ansiedade é desproporcional ao risco real prejudicando a qualidade de vida”, afirma Ferrari.

Os sintomas físicos são parecidos aos de uma fobia comum, com palpitações, tremores, dificuldades para respirar e alterações de sono.  Já no âmbito emocional, tristeza, culpa, medo de perder o emprego ou medo de contaminar e levar ao óbito seus familiares, são comportamentos predominantes. Relacionado a ambos, estão os sintomas comportamentais de medo excessivo de entrar em contato pessoas, tocar em superfícies, além de evitar locais públicos e sempre achar que está doente.

“A preocupação com a saúde e a tomada de cuidados recomendadas pela OMS (Organização Mundial de Saúde) são altamente benéficos, mas, se houver uma preocupação irracional, levando a ‘comportamentos de controle’, como aferir a frequência cardíaca ou a temperatura muitas vezes ao dia, ou ir ao médico com frequência apenas para garantir que não está doente, pode ser sinal de que a ansiedade está fora de controle e é preciso procurar um profissional de saúde para diagnóstico e tratamento”, afirma, em artigo, a especialista.

Outra pesquisa, realizada pelo Ministério da Saúde, com 17.491 brasileiros em idade média de 38,3 anos e variação entre 18 e 92 anos, no período em que as mortes pela Covid-19 aumentaram, nos meses de abril e maio de 2020, revelou que 8 entre 10 brasileiros sofriam algum transtorno de ansiedade.

De acordo com Dra. Rita, estudos de diversas universidades brasileiras mostraram, ainda, que o impacto negativo da pandemia na saúde mental da população brasileira evidenciou que os grupos mais afetados pela Coronafobia foram jovens e mulheres, além de pessoas com diagnóstico prévio de algum distúrbio mental e dos grupos de alto risco para coronavírus.

“Um dado que pode assustar é o fato de os jovens estarem presentes nos grupos mais afetados. Mas existe uma explicação possível: talvez, por terem de enfrentar a pausa nos estudos presenciais, o distanciamento físico de amigos, a falta de opções de lazer e entretenimento, e o medo de se tornar um transmissor da doença e assim, contaminar familiares pertencentes ao grupo de risco. Além disso, foi relatado também, nesse grupo, o início de problemas de sono durante a pandemia ou o agravamento desses quando preexistentes”, ponderou.

“A pandemia por si só já nos assola com preocupações e sofrimentos reais. Mas, quando se está fora do controle, há como reverter esse cenário, portanto, para a Coronafobia, também chamada de “pandemia do medo” há tratamento, tanto cognitivo-comportamental, como por meio de medicamentos. Para quem busca qualidade de vida e prefere ter suporte da medicina alternativa, o uso de fitoterápicos, como a Passiflora incarnata associada a Crataegus rhipidophylla e Salix alba L, também pode ser um caminho. No entanto, qualquer um dos tratamentos acima deve ser prescrito por profissionais, que irão avaliar qual o tratamento de acordo com os sintomas e outros aspectos clínicos”, completou.

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