Um estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) demonstrou que a pandemia de covid-19 aumentou o consumo de alimentos ultraprocessados no Brasil. Os dados foram coletados pelo Instituto Datafolha, numa parceria com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, nos anos de 2019, 2020 e 2021.
De acordo com a pesquisa, a elevação do consumo de ultraprocessados já é um fenômeno reportado no país, mas a pandemia acelerou esse processo. Em relação a mudanças nos hábitos alimentares, 48,6% dos entrevistados disseram que alteraram os hábitos na alimentação durante a covid-19. Entre os principais motivos para tais mudanças está a maior preocupação com a saúde (39,1%) e autorrelato de diminuição da renda familiar (30,2%).
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Durante a pesquisa, foi perguntado quais alimentos foram consumidos no dia anterior ao questionamento. Os dados mostram, por exemplo, que o consumo de refrigerante foi citado por 33,2% em 2019, por 32,7% no ano seguinte e chegou a 42,4% em 2021.
Ainda nesse sentido, o item mais mencionado entre os ultraprocessados envolve margarina, maionese, ketchup ou outros molhos industrializados. Em 2019, metade dos participantes disse ter consumido um desses itens no dia anterior ao levantamento. Em 2021, foram 58,6%.
Por fim, a pesquisa pondera que, devido ao curto período entre as coletas de dados, as alterações foram pequenas, mas “estatisticamente significativas” e preocupam. O artigo publicado na Revista de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), nesta quarta-feira (6) acrescenta ainda que, “o consumo de alimentos ultraprocessados tem sido associado a um declínio no perfil nutricional da dieta”.
Com informações da Agência Brasil