A cassação do deputado federal Chiquinho Brazão (Sem partido– RJ), acusado de ser o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, foi aprovada em votação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (28). Foram 15 votos favoráveis, um voto contrário e uma abstenção.

A relatora do caso, deputada federal Jack Rocha (PT-ES) apresentou seu parecer alegando que as acusações que pesam contra o deputado Brazão mancham a imagem do Legislativo. “A percepção pública de que a Câmara dos Deputados abriga e protege indivíduos envolvidos em atos ilícitos compromete a legitimidade do parlamento e enfraquece a confiança dos cidadãos na capacidade da Casa de legislar com integridade”, disse a deputada.

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Ainda segundo a deputada, o relatório da Polícia Federal mostra um “quadro perturbador de corrupção e crime organizado” nas supostas relações da família Brazão com grupos milicianos do Rio de Janeiro. Desta vez, a cassação foi defendida inclusive por parlamentares que votaram pela soltura de Brazão, quando ele foi preso, em março deste ano, acusado de obstrução da Justiça.

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O deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB) disse que votou pela sua soltura porque entendeu que a prisão foi ilegal. “O Parlamento errou quando autorizou a prisão de forma ilegal. Mas agora o Parlamento está acertando, fazendo o seu papel e mostrando à sociedade brasileira que não compactuamos com qualquer tipo de conduta que quebre o decoro parlamentar”, justificou.

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Atualmente preso, Chiquinho Brazão falou ao Conselho de Ética antes da votação por meio de videoconferência. O deputado voltou a defender sua inocência, destacando que tinha uma boa relação com Marielle e que não tem qualquer relação com a milícia do Rio de Janeiro.

“A vereadora Mariele era minha amiga, comprovadamente, nas filmagens. Não teria qualquer motivo [para o crime] porque nós sempre fomos parceiros e 90% da minha votação e da dela coincidem”, disse, acrescentando que “se pegar as filmagens, como tem aí diversas, ela falando de mim, falando bem. Aliás, a Marielle saía do lugar dela e pedia às vezes uma bala, um chiclete [para mim]”.

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Relembre o caso

Marielle e Anderson foram assassinados em março de 2018 no Centro do Rio de Janeiro. Após diversas reviravoltas na investigação, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou uma denúncia contra os supostos mandantes. Além de Chiquinho Brazão, foram denunciados como mandates o irmão dele, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro; e o ex-chefe da Polícia Civil do estado, Rivaldo Barbosa.

Com informações da Agência Brasil

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