Atualmente, três imunizantes são utilizados no Brasil contra a Covid-19: Coronavac, desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac e produzida pelo Instituto Butantan, Astrazeneca, da Universidade de Oxford, do Reino Unido, Pfizer, desenvolvida pelas farmacêuticas americana Pfizer e a empresa alemã Biontech.
Entretanto, um novo imunizante passa a ser aplicado na população brasileira. O País recebeu, neste sábado (26), 942 mil doses da vacina Janssen, desenvolvida pela farmacêutica Johnson & Johnson, doadas pelos Estados Unidos ao Brasil. Diferente dos três já aplicados, que necessitam de uma primeira dose e, posteriormente, outra dose de reforço, a vacina da Janssen é administrada em dose única, com eficácia de 66,9% para os casos moderados a graves, e de 85,4% para os casos graves, de acordo com estudos clínicos.
Com a chegada da pandemia, as vacinas contra a Covid-19 foram desenvolvidas de forma rápida e a utilização dos imunizantes foi autorizada de forma emergencial, com eficácia mínima recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de 50%. Deste modo, todos os imunizantes aplicados no Brasil são considerados eficazes contra o vírus e devem ser administrados conforme disponibilidade.
O estudo clínico do Instituto Butantan sobre a Coronavac comprovou que sua eficácia primária é de 50,7%, podendo chegar a 62,3%, com intervalos maiores entre as doses, além de proteção contra as variantes P1 e P2. Os resultados também apontaram que para os casos que requerem assistência médica a eficácia da vacina variou entre 83,7% e 100%.
Já a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, chegou ao índice preliminar de 90% de eficácia a depender da dosagem aplicada, sendo 76% contra infecções sintomáticas do coronavírus por um período de três meses depois de uma única dose. Segundo os pesquisadores, a eficácia aumenta quando a segunda dose é dada mais tarde. A vacina também apresentou eficácia de 64% contra a variante Delta, identificada primeiramente na Índia.
Com relação à Pfizer, um estudo conduzido em Israel junto a profissionais da área de saúde e publicado no Journal of the American Medical Association (Jama) mostrou que o imunizante reduziu as infecções sintomáticas pela doença em 97%, ao passo em que diminuiu as assintomáticas em 86%.
Sputinik-V e Covaxin
A vacina russa Sputinik-V deve ser a próxima utilizada no Brasil, após autorização de importação excepcional do imunizante ao Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sob condições controladas. Ela possui eficácia de 97,6%. Da mesma forma, a vacina indiana Covaxin, que apresentou 78% de eficácia e também atua em variantes, não foi autorizada pela Anvisa para uso emergencial, mas apenas a utilização de quantitativos específicos sob condições controladas.
De acordo com o médico infectologista Marcelo Daher, a prioridade deve ser, neste momento, a imunização em massa dos brasileiros. “Quanto mais vacinas chegarem, vacinas com qualidade melhor, vai ser melhor para a população”, frisa o especialista. “Vai ser positiva a chegada dessa vacina (Sputinik-V) para ampliação das faixas etárias e possibilidade de vacinar mais pessoas contra a Covid-19”, declarou.