Um empresário de 41 anos, condenado por matar a esposa grávida, em 2017, estava solto nesta sexta-feira (16) quando atirou contra a ex-sogra e acabou morto pela Polícia Militar (PM), em Iporá. Horácio Rozendo Neto tinha sido condenado a quase 30 anos de prisão em 2020 pelo assassinato da esposa, a representante comercial Vanessa Camargo Soares, 28.
Mas o acusado recorreu e estava aguardando novo julgamento em liberdade.
Nesta sexta, dirigindo uma caminhonete, ele seguiu Nilva Camargo Soares, 56, mãe de Vanessa. Quando Nilva entrou em um estabelecimento no bairro Mato Grosso para fazer compras, o empresário foi atrás.
Ele não se intimidou com a presença de outras pessoas e atirou contra ela. Testemunhas relataram terem escutado três tiros. O local da tentativa de feminicídio fica próximo de um quartel da PM em Iporá.
A mulher foi ferida gravemente no rosto e levada para uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da cidade. A reportagem não conseguiu contato para apurar o estado de saúde da vítima.
Após disparar contra a ex-sogra, o empresário Horácio Rozendo Neto fugiu em direção à saída da cidade, mas foi perseguido pelos PMs. No setor Santo Antônio, ele teria entrado em confronto com os policiais, que revidaram. O suspeito foi atingido e morreu no local. Segundo a imprensa da região, uma carta foi encontrada com ele relatando disposição de matar e morrer.
Horácio era o único suspeito da morte da filha de Nilva, que não se conformava em ver o ex-genro solto, após condenado a tantos anos.
Segundo as investigações, ele matou Vanessa, que estava gestante de três meses, na frente do filho do casal, uma criança então com apenas 2 anos.
O crime foi em 31 de julho de 2017. Eles estavam em um carro de passeio da família em uma estrada vicinal de Ivolândia, distante cerca de 80 quilômetros de Iporá, onde o casal residia.
Contudo, segundo a Polícia Civil e a acusação da promotoria, ele teria simulado um assalto. A perícia comprovou que não se tratava de terceiros a terem executado a vítima como o empresário alegava.
Também foi apurado que a representante comercial desejava se separar do empresário. Com o que ele não concordava para não dividir os bens do casal. Horácio foi condenado a 29 anos, seis meses e 20 dias de prisão em regime fechado pelos crimes de homicídio qualificado por motivo torpe, aborto e fraude processual.
O acusado então apelou, pedindo a anulação do júri que o declarou culpado. O julgamento dessa apelação foi adiado por algumas vezes, o que revoltava Nilva.
Em 2022, ao portal G1, ela desabafou lembrando que já tinham transcorrido 5 anos (hoje 7) do assassinato e o ex-genro continuava impune.
A ex-sogra enfatizava que Horácio continuava na região, havia se casado novamente e tido um filho no novo relacionamento. Enquanto isso, sua família lamentava a perda violenta de Vanessa e do bebê que ela esperava. Os apelos da mulher não foram suficientes e ela própria acabou também sendo vítima do empresário.
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