Variedades

Vinhos falsificados ou adulterados: Especialista ensina como identificar

Tomar uma taça de vinho é algo que muitas pessoas fazem, acompanhadas ou sozinhas, como forma de lazer, para relaxar ou festejar. Muito já se estudou sobre a bebida, inclusive, e pesquisas recentes mostram que uma pequena quantidade diária ou semanal faz bem à saúde cardiovascular, ajudando quem tem problemas circulatórios, como varizes, infarto ou derrame. O que pouco se diz sobre essa bebida alcoólica, obtida por meio da fermentação do sumo de uva, porém, como ele pode ser é falsificado ou adulterado e enganar o consumidor.

Comprar vinhos adulterados pode ser mais comum do que se imagina. Isso por que há vinhos populares caros e, para quem deseja lucrar de forma ilegal, falsificar a bebida é uma saída de obter mais rendimentos. Quem explica é o Francisco Chiarelli, de 43 anos, formado em administração de empresas, especialista no assunto pelo curso do ISG (instituto sommelier guild) e que possui seu próprio negócio, a Francisvinho.

Com aproximadamente mil rótulos de diferentes países, Francisco abriu seu negócio novembro de 2020 e já se tornou referência em confrarias e jantares harmonizados no estado de Goiás. Sobre os vinhos falsificados ou adulterados, ele diz que muitas das vezes é possível identificar pelo rótulo. “Na maioria das vezes, há falta de tradução do rótulo da garrafa, na parte onde se localiza o contra rótulo, além da diferença gritante no produto, que visivelmente é mais grotesco”, explica.

D.V Catena: um dos vinhos mais falsificados e contrabandeados no Brasil. Distribuidora informa que o original tem 14% de álcool e não 13,5% (Foto Diário de Goiás)

“O tamanho e o posicionamento do rótulo na garrafa também precisa ser observado. A presença e a ausência de etiquetas no pescoço da garrafa devem ser questionadas na hora da compra, bem como as fontes e imagens utilizadas. Procure saber se estão de acordo com o padrão conhecido da vinícola e com as safras anteriormente produzidas. Caso haja erros de ortografia e problemas de impressão, as chances de serem falsificados é certa”, afirmou Francisco.

 O especialista alertou, inclusive, que atualmente a maioria dos rótulos, tanto falsificados como contrabandeados, tem vindo da Argentina. Porém ele garante que há muitos que vem desta forma do Chile e da Europa.

Além disso, Francisco citou o vinho D.V. Catena Tinto, uma bebida histórica em homenagem ao Tinto Buenos Aires de Domingo Vicente Catena, como um dos mais falsificados e contrabandeados da atualidade. “O D.V. Catena é um dos queridinhos hoje em dia, principalmente no Brasil, então acabou virando um grande alvo, devido a única importadora desse rótulo credenciada a distribuir esse vinho no Brasil cobrar preços abusivos fazendo o produto que eles distribuem ficar muito caro e, consequentemente, com que os contrabandistas e falsificadores traga para o Brasil de forma ilegal”, explica.

Dicas contra falsificação

Robert Parker, um dos críticos de vinho mais influentes do mundo e que criou um sistema de classificação e avaliação de vinhos esclarece: vinhos em caixinha são de baixa qualidade. “Vinho de boa qualidade é vendido em garrafa de vidro. Simples assim. Além disso, o único tipo de açúcar presente no vinho deve ser o da própria uva. Se houver adição de açúcar de cana, por exemplo, o produto deixa de ser vinho”, escreveu, completando que, para identificar se o vinho não foi adoçado artificialmente, é preciso observar a quantidade de açúcar indicada no rótulo. Para os secos, até 4 gramas por litro; para meio secos, até 18 gramas por litro; para meio doces, até 45 gramas por litro; e para doces, não menos que 45 gramas por litro.

Se houver maior quantidade do que isso e não for indicado no rótulo que o vinho é encorpado, significa que foi adicionado açúcar. Se o ácido salicílico estiver presente nos ingredientes, o vinho foi produzido com violação da tecnologia de fabricação. Mas o ingrediente que assusta, o E220 (dióxido de enxofre), estará presente em qualquer um deles, já que o SO2 é o resultado colateral natural da fermentação.

A data de produção também deve ter um carimbo separado da informação principal no rótulo e as letras precisam ser claras, sem erros tipográficos e fáceis de ler. “A marca tem que coincidir com a da rolha, então procure indicações de que o vinho foi envelhecido em barris de carvalho”, diz o crítico, concluindo que, se a pessoa for admiradora de determinada marca, deverá perceber alterações na garrafa ou no rótulo.

Carlos Nathan Sampaio

Jornalista formado pela Universidade Federal e Mato Grosso (UFMT) em 2013, especialista Estratégias de Mídias Digitais pelo Instituto de Pós-Graduação e Graduação de Goiânia - IPOG, pós-graduado em Comunicação Empresarial pelo Senac e especialista em SEO.

Notícias Recentes

Advogado do Mobiliza é anunciado como vice por Rogério Cruz na disputa pela prefeitura de Goiânia

Foi oficializado pelo atual prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, o nome do advogado Jaroslaw Daroszewski…

09/08/2024

Campeãs de tudo, Duda e Ana Patrícia conquistam o ouro no vôlei de praia em Paris

A dupla Duda e Ana Patrícia se sagrou campeã olímpica do vôlei de praia em…

09/08/2024

Jogos Olímpicos: Alison dos Santos se supera e conquista bronze nos 400m com barreiras

Mais uma medalha para a coleção! O brasileiro Alison dos Santos, o “Piu”, conquistou a…

09/08/2024

TRE autoriza Paulo Daher a fazer o registro da chapa de vereadores do PP

TRE devolve acesso ao sistema e autoriza Paulo Daher a fazer o registro da chapa;…

09/08/2024

Matheus Ribeiro propõe projeto de capacitação profissional para jovens goianienses

O candidato a prefeito de Goiânia pelo PSDB, Matheus Ribeiro, pretende criar um projeto para…

09/08/2024

Hugol registra mais de 3 mil atendimentos por acidentes de trânsito em 2024

Nos primeiros sete meses de 2024, o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de…

09/08/2024