No segundo dia de sabatina com candidatos a eleição pela Prefeitura de Senador Canedo, promovida pelo Diário de Goiás e a Rádio Bandeirantes, a convidada foi Cristiane Pina (Solidariedade). A médica afirmou, durante entrevista nesta terça-feira (3), que, por conhecimento de causa, sua prioridade é a saúde do município e destacou proposta de investimento de até 50% do orçamento na área.

Aos jornalistas Altair Tavares, do Diário de Goiás, e Thyago Humberto, da Rádio Bandeirantes, Pina ressaltou as principais propostas, tratando dos problemas de saneamento, abastecimento de água e uso de recursos em Senador Canedo. A candidata também falou sobre o que pensa da candidatura de Izaura Cardoso pelo município, sendo esposa de Vanderlan Cardoso, candidato a prefeito em Goiânia.

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A sabatina, em parceria entre Diário de Goiás e Rádio Bandeirantes acontecerá ao longo de toda a semana. Na segunda-feira (2), Divino Lemes (PSDB) teve oportunidade de mostrar suas propostas, nesta terça (3) foi a vez de Cristiane Pina. Os próximos convidados são: na quarta (4), Dr. Rangel (REDE); na quinta (5), Fernando Pellozo (UB); na sexta (6), Izaura Cardoso (PSD) e na próxima segunda (9), encerramento com Welma Lira (PL).

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Confira a entrevista com Cristiane Pina na íntegra:

Thyago Humberto: Em seu plano de governo, a gente percebe que tem uma proposta para um complexo da saúde, queria que a senhora explicasse melhor para os ouvintes, para a população do Senador Canedo, como será esse complexo.

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Cristiane Pina: Eu sou médica. Eu sempre escolhi estar junto das pessoas, no cuidado e na assistência. Antes de fazer Medicina fiz Farmácia e Bioquímica, então eu sempre estive ali envolvida nessa área da saúde, tenho muita propriedade de dizer. E mais que isso, eu também sou mãe, passei pelo sistema e passo constantemente, sei como funciona. Apesar que o nome fala complexo de saúde, mas é muito simples. O que nós vamos fazer é cuidar de você. Vamos ter o nosso hospital de verdade em Senador Canedo para cuidar das pessoas. As pessoas falam, “doutora, tudo que a gente precisa é para Goiânia”, indo inclusive para Seres e Itaberaí. E a nossa região, com a quinta maior arrecadação, até hoje não temos um hospital para cuidar da nossa população. Então vamos fazer o nosso complexo, o hospital de verdade, o nosso centro de diabéticos, vamos fazer o pronto-socorro infantil, cuidar das pessoas que fazem hemodiálise.

Então é simples, porque a gente sabe como fazer. O que a gente precisa e vai fazer é cuidar de você. Também na área da saúde, vamos fazer a UBS+, que é fazer o horário estendido. Muito trabalhador chega depois das sete, não tem como perder um dia de trabalho, não tem aonde ir. E aí principalmente os homens vão deixando, vão deixando, quando vê já agravou, é o que era para ser simples, complicou. Então a gente vai ter aí as unidades básicas de saúde com horário estendido, funcionando até as 22 horas.

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Thyago Humberto: Só para a gente encerrar nessa situação do complexo da saúde, doutora, imagina uma estrutura física mesmo, ia ser um local para diversos atendimentos, não seria aquela coisa itinerante. Uma estrutura física e um único local para atender várias especialidades?

Cristiane Pina: Inclusive a gente convida você, que já está no Instagram, tem uma maquete onde você vai conseguir visualizar muito bem isso, porque a gente pode utilizar todos os sentidos, um dele é a visão, para que você consiga compreender a maneira que vai acontecer. Então vai ter o hospital, aí próximo vai ter, no mesmo ambiente ali, o centro de tratamento para o diabético, vai ter a parte do pronto-socorro pediátrico, a parte de saúde mental.

Altair Tavares: Doutora Cristiane, a senhora fala de uma intenção, e as intenções precisam de recursos para execução. Uma das questões mais importantes que eu dou atenção é isso. Como é que se relaciona a intenção com o que realmente o município tem disponível e a realidade dos investimentos em saúde? Como é que se relaciona os investimentos em saúde dos seus adversários, os últimos prefeitos, o Divino Lemos, o anterior e o atual Fernando Pellozo?

Cristiane Pina: Se tivessem investido corretamente, a gente não estaria com uma fila tremenda de espera por cirurgias, por exames, por consultas, pessoas morrendo porque nós não temos exames, porque nós não temos profissionais. A UPA está fechada há quase dois anos. Imagina só, se o recurso tivesse sido investido corretamente, a gente tem absoluta certeza que daria para ter saldo essas vidas. Quantas mães perderam seus filhos porque a maternidade ficou fechada por quase dois anos, tendo que se deslocar? Então a gente sabe que dá para fazer. Basta ter compromisso com o dinheiro público e mais que isso, ter compromisso com as vidas.

Altair Tavares: Quando falo de investimentos também, saúde tem um investimento mínimo de 15% que deve ser aplicado ao orçamento. A senhora pretenderia investir quanto por cento em saúde do orçamento?

Cristiane Pina: Vamos investir o que for possível e fazer articulação também com o governo estadual, governo federal, porque vem recurso, e fazer parcerias com as outras prefeituras, que são as pactuações, os credenciamentos. Quando você quer, dá para fazer sim. Se for possível, se for preciso, 50%, vai investir porque a gente precisa cuidar.

Altair Tavares: 50% do orçamento?

Cristiane Pina: Se for possível. A gente vai investir o que for possível para cuidar de vidas. Se fosse o pai que estivesse ali, se fosse o meu pai, eu investiria o que tivesse para salvar a vida.

Altair Tavares: Quando você não fala em investir 50%, você está falando em investir mais, praticamente, que o dobro do que eles (gestão Fernando Pellozo) investiram. Como?

Cristiane Pina: Volto a falar. Eu trago, sim, família, porque Senador Canedo faz parte da minha família. Foi lá que eu escolhi pra morar, e a gente faz o melhor quando a gente faz pra família. Então, se for necessário investir 50%, nós vamos investir, vamos salvar vidas, vamos fazer aquilo que eu mais sei. Eu escolhi ser médica, eu escolhi defender vida, escolhi salvar, e é isso que nós vamos fazer. Pode ter absoluta certeza, porque quando a gente tem saúde, a gente corre atrás de emprego, pode ter certeza que aí, com o emprego, você vai diminuir com recursos, em segurança. É toda uma rede. Agora, quando a gente não tem saúde, você não consegue nada. Você não conseguiria nem ter vindo aqui pra apresentar aqui conosco, que estar nessa bancada tão bonita.

Altair Tavares: Eu entendo a sua intenção, candidata. Ela é bastante ousada, mas não é realista, porque o investimento mínimo na educação é 25%. Se a senhora pede os 25%, mais os 50%, dá 75%. A senhora não vai dar conta de pagar os funcionários.

Cristiane Pina: Mas existe outros recursos. A realidade, às vezes, ela tem que ser cruel ou não. Atualmente, o mínimo que está sendo investido não foi o suficiente pra cuidar das pessoas. Então, o que for preciso, nós faremos. Se for preciso usar os 50%, nós vamos usar. Porque, eu te digo uma coisa, eu sou arretada, eu não fujo de uma briga. E eu vou fazer o possível, sim, pra levar qualidade, pra cuidar de você. Porque a vida, ela não tem preço. Eu tenho absoluta certeza que, além da intenção, vai ter a ação. Eu estarei lá junto, gerindo, junto com as pessoas, pra fazer o melhor pro nosso município.

Thyago Humberto: Uma proposta bastante ousada, doutora. Pra ser ousada, significa que a saúde estaria com um problema muito sério lá, e por isso que a senhora está com essa incumbência de aumentar de forma tão expressiva os gastos ou investimentos na área da saúde. Seria esse um problema muito sério, nesse momento na cidade?

Cristiane Pina: Inclusive, a pergunta foi até quanto. Mas tudo bem. O que a gente vê, são pessoas que estão morrendo, realmente, literalmente. Basta olhar os noticiários, e eu sei que como vocês aqui, são um veículo de comunicação que levam a verdade, estão aí imparciais. Vocês veem isso acontecendo diariamente. São noticiadas mortes e mortes, pessoas aguardando por medicação e não tem, pessoas que estão passando fome porque precisam da medicação e não tem acesso. Então, o que a gente quer, sim, é ousada? Sim, mas é para salvar, é para mudar e para garantir que a vida, ela seja realmente com qualidade e com dignidade.

Thyago Humberto: Pergunta de um morador de Senador Canedo. Ele pergunta se a senhora tem alguma proposta para saneamento básico na região da Vila Galvão.

Cristiane Pina: Lá já tinha sido iniciado a parte de esgotamento, mas pelo que foi falado, a gente tem que ver, todo o estudo que foi feito, a infraestrutura que foi aplicada não é o suficiente. Então, a gente vai ter que rever a que ponto parou, mas a gente vai fazer o possível, sim, para que possa ter esgotamento em todas as nossas casas de Senado Canedo. É ousado? É, mas é necessário. Isso é o que a gente sabe, que é o que é garantia básica.

Se está lá garantido por lei, por que a gente não vai tirar o papel e executar e fazer? A gente tem que fazer articulação com o governo federal, com o governo estadual, aplicar o recurso no local, certo? Para que a gente possa, sim, levar o que é, pelo menos, como dizem as pessoas, básico, e eu vou correr atrás para que isso aconteça.

Altair Tavares: Há muito tempo, a Vila Galvão é um problemão. O bairro, a região, tem uma demanda impressionante com esse assunto do saneamento. Algum dia a gente vai sonhar ou realizar essa ideia ou essa situação de que a Vila Galvão não vai precisar tanto dessa prioridade?

Cristiane Pina: Eu espero que você seja convidada aqui para falar. Vamos falar aqui e levar as boas novas para o setor e não só para a Vila Galvão, mas também o Jardim das Oliveiras, que eles têm a sensação que é nem, nem é Canedo, nem é Goiânia, e eles ficam no meio termo. Então, eu sei muito bem, porque eu sou de lá e vejo a real necessidade que é. Então, eu me uno a vocês e eu lancei como candidata a prefeita foi exatamente para melhorar, para que as coisas mudem. Nós vamos fazer o melhor para o nosso município, sim. E já fica aqui. Vou ser convidada por vocês para dizer e a gente ir lá inaugurar e levar qualidade de vida e de saúde para o nosso povo.

Altair Tavares: Como a senhora avalia a problemática no contexto geral da cidade, que tem uma situação específica aqui na região metropolitana, porque tem uma empresa própria, essa SANESC, e crises anuais de falta d’água?

Cristiane Pina: A gente vê que realmente é uma grande reclamação, inclusive, já iniciou. Setores como Boa Vista já estão reclamando da falta d’água, já nesse ano. Já estamos aí com essa questão. E o recurso hídrico é algo que é um problema em vários locais, não só de Senador Canedo. A gente vê que precisa fazer reservatório, mas tem que captar. Senão vai armazenar o quê, se não tiver? Então, o pessoal está fazendo um estudo para a gente e viram que, abaixo ali do rio Sozinha, na foz do rio Caldas, dá para fazer a captação que a gente vai conseguir atender as pessoas. E a gente investindo aí, são em torno de 63 mil ligações residenciais ativas. A gente utilizando o dinheiro desse trabalhador ali, suado, que passa o dia inteiro e chega à noite, muitas vezes não tem água das famílias que estão ali. A gente investindo em infraestrutura, não vai faltar água em casa.

Altair Tavares: Por que outros prefeitos não conseguiram resolver o problema da água?

Cristiane Pina: Essa pergunta tinha que ser feita a eles. Eles não deram conta. Eu vou fazer o que for possível para resolver esse problema e garantir que a água chegue, água tratada.

Altair Tavares: Qual é a hora de privatizar, SANESC?

Cristiane Pina: A gente pode estudar o caso. Eu ainda não fiz esse estudo, então não tem como te dizer com propriedade se essa seria a melhor opção. Mas se for para resolver o problema, a gente vai fazer o que for possível. Porque eu volto a falar o que eu falei no início. O meu compromisso é com você, cidadão. A minha amarração é com você. Eu não tenho comprometimento com ninguém, a não ser o cidadão canadense. Então, se for necessário fazer a privatização, a gente faz.

Altair Tavares: A senhora ouve isso dos cidadãos?

Cristiane Pina: De todas as pessoas. É a questão da água, é a questão de saúde, é o pedido de socorro diário que a gente recebe.

Altair Tavares: Por que que não terceiriza, não privatiza, não passa para Saneago?

Cristiane Pina: Por que que não resolve o problema? Porque as pessoas não querem saber se é A ou é B, não querem saber se é privatizado, não querem saber se está vindo do município. Eles querem abrir a torneira e ter água. Eles querem abrir o chuveiro e ter água. Eles não querem saber de onde vem. Eles querem saber se tem ali ou não.

Altair Tavares: A senhora, então, descarta essa possibilidade?  A senhora está flexível a dialogar sobre esse assunto?

Cristiane Pina: Claro, porque todas as nossas propostas, todas as nossas ações são voltadas para o bem do cidadão.

Thyago Humberto: Pergunta do ouvinte: “Todos os políticos sempre dizem que vão investir na saúde, na educação e na segurança, e Senador Canedo hoje continua sendo a maior cidade com cisternas. Só queria perguntar para a candidata se ela vai realmente cumprir tudo o que está prometendo”.

Cristiane Pina: Obrigada pela pergunta. Senador Canedo sempre foi dois grupos políticos, ou foi o grupo do ex-prefeito ou o grupo do senador. Então, não tem como responder por eles. Não tem como dizer que eles vieram e não fizeram o porquê. O que eu posso dizer para você é que, sim, eu estou junto das pessoas, conheço os problemas de Senador Canedo e, junto com vocês, nós vamos fazer o melhor governo. Olha o meu passado. Veja o que eu já fiz. Veja como eu atuo, que você vai ver. Eu sou arretada. Eu dou um boi para não entrar numa briga, mas uma boiada para não sair dela. E volto a falar com muita simplicidade. O meu compromisso é conquistar os ouvindo, com as pessoas que precisam utilizar a saúde, com as mães que não têm onde deixar seus filhos para ir para a escola, com as pessoas que estão aí há anos esperando por filas e as pessoas que não têm água em casa.

Altair Tavares: Já que você tratou do histórico, a senhora e o deputado Pina (Júlio Pina) já participaram de algum desses grupos? Se sim ou não, o que aconteceu?

Cristiane Pina: O Júlio foi convidado uma época para ser secretário. Inclusive, ele deve estar nos acompanhando, o deputado que mais investiu lá em Senador Canedo, foram mais de 40 milhões de emendas impositivas para lá. Teve uma época que ele foi convidado a ser secretário de saúde. Ele ficou por 13 meses. Fez um excelente trabalho com o ex-prefeito. Eu não vou dizer o nome que ele vai ter a oportunidade dele e ele que faça propaganda para ele. Mas todos sabem. Então, como ele não concordou, ele afastou e foi concorrer como deputado e está fazendo um belo trabalho pelo todo o estado de Goiás.

Altair Tavares: Na prática, o grupo Pina é uma dissidência ou é um novo grupo?

Cristiane Pina: Eu trago o nome Pina com muito orgulho, sim, mas eu digo para você que nós somos a via alternativa. Faz o C e vem com a gente, porque esse grupo vai fazer o melhor para o nosso município. Acredite. A política tem jeito. A política pública, como o nome fala, para todos. Não é para um ou para outro. Não é em benefício próprio. É para a população.

Altair Tavares: A senhora não respondeu. O grupo Pina é um novo grupo ou é uma dissidência?

Cristiane Pina:  É o grupo da doutora Cristiane Pina. E eu convido vocês a fazerem parte. Vem fazer parte da onda laranja que está aí invadindo o Senador Canedo. Se você foi em Senador Canedo, eu te convido para ir lá, que você vai ver a alegria das pessoas na esperança que nós vamos fazer, sim, o melhor para o nosso município.

Altair Tavares: A senhora está no Solidariedade. Há quanto tempo a senhora e o Pina (deputado estadual Julio Pina) estão no partido?

Cristiane Pina: Nós ficamos no PRTB por 15 anos. Depois que o PRTB não cumpriu cláusula de barreira, nós migramos para o Solidariedade. Então, é recente.

Altair Tavares: Dentro do Solidariedade, a senhora conseguiu quais alianças?

Cristiane Pina: Nós estamos com o Partido Novo, que é o nosso vice Milter Mayer, que está lá conosco, junto com um time de candidatos a vereadores tremendo. O próprio PRTB também está conosco.

Thyago Humberto: É a primeira vez mesmo, doutora Cristiane, que a senhora se candidata a um cargo público. É a primeira eleição.

Cristiane Pina: Sim, essa é a primeira

Altair Tavares: Dentro de uma aliança como essa, o que tem de identidade esses partidos?

Cristiane Pina: Quando a gente fala de questão de partido, é muito pessoas. Quando a gente vai para a nacional, a gente leva muito a questão das ideologias. Mas, quando a gente vai para o município, é muito o que cada um traz de si. Então, as pessoas que estão lá conosco, elas têm o mesmo intuito que eu, que é o bem do povo de Senado Canedo, é construir uma cidade melhor, mais participativa.

Altair Tavares: Na gestão, melhor dizendo, na campanha, em alguns momentos, em alguns lugares, essas questões de direita e esquerda fazem diferença, aparecem no discurso. Em Senador Canedo, isso está presente ou não?

Cristiane Pina: Me perguntaram: “doutora, você é de direita ou de esquerda?”. A minha resposta é, eu sou de direito. De direito a acesso a uma educação, acesso à saúde. Onde você realmente tenha participação. Então, são os direitos humanos que a gente deve levar em consideração sempre.

Altair Tavares: Na prática, a senhora respondeu que é de direita.

Cristiane Pina: Se você acha que sim… É de direitos.

Altair Tavares: Isso é estratégia de entrevista.

Cristiane Pina: Com absoluta certeza.

Altair Tavares: Agora, o conjunto dos partidos é de centro-direita, não é?

Cristiane Pina: Sim, exatamente. Nossos partidos que estão na nossa coligação são de centro-direita.

Altair Tavares: O que é uma característica do Senador Canedo. Onde é que está a esquerda de Senador Canedo?

Cristiane Pina: Não tem. Mas a gente volta a falar que não é a questão das ideologias, mas sim a questão de representação, de participação de pessoas que estão nesse processo de construção de uma cidade.

Altair Tavares:  O polo Vanderlan e o polo Divino estiveram no poder nos últimos anos, em Senador Canedo, nas últimas gestões. Na prática, essa disputa supera essas situações de direita e esquerda. A senhora disse agora pouco que é uma alternativa. Foi alternativa. Em algum momento, esses grupos procuraram vocês para uma aliança?

Cristiane Pina: Não, não houve. Eles não nos procuraram. Às vezes, eles olharam a doutora Cristiane e acharam assim, não, essa aqui, tadinha. “Essa menina”, como alguns diziam, e me orgulho em ser jovem, sim, mas o que me traz essa habilitação é o dia a dia de estar junto com as pessoas. Mas eles não nos procuraram, mas está aberto. Estamos aqui de braços abertos para receber quem quiser construir uma sociedade melhor.

Thyago Humberto: Se a senhora fosse convidada, nessa altura do campeonato, para compor com um desses grupos?

Cristiane Pina: Não, aí vai contra aquilo que a gente quer. A gente não concorda com o que está aí. E nós somos a voz, realmente, da população de Senador Canedo, que clama por mudança.

Altair Tavares: Agora há pouco, a senhora falou de 40 milhões de emendas impositivas para o Senador Canedo. Onde esse dinheiro foi aplicado relativo às emendas do deputado Pina?

Cristiane Pina: Foram diversas. Teve emendas na área da educação, para a aquisição de material de kit escolares, teve na saúde, para a ambulância, para cirurgias, teve também para a Pestalose, para um ônibus adaptado. Algumas instituições como o Goiás Sem Drogas têm a mão do deputado em vários lugares em Senador Canedo. Além da articulação que ele fez enquanto deputado com o governo do estado de Goiás, como a construção do viaduto ali que liga a GO-020 a Senador Canedo, a ampliação da GO-010, de frente à IFG, na 403, também a construção da passarela. Então, a gente viu a participação dele em toda a cidade.

Altair Tavares: A senhora usa esses investimentos para fazer a divulgação da campanha?

Cristiane Pina: Não, a divulgação da campanha da doutora Cristiane é a parte. Eu estou divulgando o que vamos fazer junto com as pessoas. Eu estou todos os dias conversando com as pessoas, ouvindo muito. O que eu fiz ao longo da minha vida muito foi aprender a ouvir. Porque quando você ouve, você conhece realmente os problemas e você tem duas opções. Ou você se esconde ou você vai e resolve. Por isso que eu coloquei o meu nome à disposição, para fazer a mudança de verdade naquele município.

Thyago Humberto: O que a senhora está achando das candidaturas de Vanderlan Cardoso na capital, e a esposa dele lá em Senador Canedo, sua adversária política lá no município?

Cristiane Pina: Muito me estranha. Um está candidato em Goiânia e o outro em Senador Canedo. Recentemente, o próprio esposo dela disse que mora em Goiânia. Então, você morar em um lugar e pleitear em outro, sem conhecer a real necessidade, é muito difícil. E essa aceitação não está acontecendo em Senador Canedo, não. Porque as pessoas estão percebendo realmente que ela não tem propriedade para estar lá e defender, e ser a voz de quem realmente precisa.

Altair Tavares: O fato de ter a empresa lá não justificaria o domicílio eleitoral?

Cristiane Pina:  Justifica o domicílio eleitoral, mas se você conversar, inclusive, com os funcionários, eles falam assim, ela vem aqui de vez em quando de helicóptero. Então, é alguém que não participa do dia-a-dia da comunidade, que não participa do dia-a-dia da cidade.

Altair Tavares: Vocês questionaram o registro da candidatura, baseado nessa questão do domicílio eleitoral, ou não?

Cristiane Pina: De forma alguma. Eu não questiono, porque a lei, ela está aí. E se ela quer ser candidata, que venha. Mas ela tem que explicar para os eleitores o porquê que ela não está lá, o porquê que ela não participa do dia-a-dia e não conhece a realidade local.

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