Com medo de ser preso, Bolsonaro se pronuncia sobre atos em Brasília e se esquiva da responsabilidade

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se pronunciou sobre manifestações dos seus apoiantes, que resultaram numa invasão às sedes dos três Poderes em Brasília neste domingo (8). Numa tentativa de não piorar sua situação, já que ele pode ser deportado dos EUA, onde está desde 30 de dezembro, e preso no Brasil a qualquer momento, ele abdicou, em poucas palavras, da sua responsabilidade sobre atos criminosos.

Em sua conta no Twitter, Bolsonaro publicou várias postagens. A primeira diz: “Manifestações pacíficas, na forma da lei, fazem parte da democracia. Contudo, depredações e invasões de prédios públicos como ocorridos no dia de hoje, assim como os praticados pela esquerda em 2013 e 2017, fogem à regra”. Confira na íntegra:

Em seguida, Jair Bolsonaro comentou as ocupações feitas na capital brasileira e rejeitou as acusações feitas pelo seu sucessor, o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que o responsabilizou por ter incitado os ataques de domingo aos edifícios sede dos Poderes (Legislativo, Judiciário e Executivo).

“Ao longo do meu mandato, sempre estive dentro das quatro linhas da Constituição respeitando e defendendo as leis, a democracia, a transparência e a nossa sagrada liberdade. No mais, repudio as acusações, sem provas, a mim atribuídas por parte do atual chefe do executivo do Brasil”, escreveu Bolsonaro, que está na Flórida.

Enquanto isso, ao menos 400 pessoas já foram presas após a destruição dos prédios públicos da capital. A informação foi dada pelo Ministro da Justiça, Flávio Dino, e confirmada pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha.

“Venho informar que mais de 400 pessoas já foram presas e pagarão pelos crimes cometidos. Continuamos trabalhando para identificar todas as outras que participaram desses atos terroristas na tarde de hoje no Distrito Federal. Seguimos trabalhando para que a ordem se restabeleça”, publicou em seu Twitter.