As eleições municipais de domingo em Goiás têm um impulso financeiro vindo diretamente do agronegócio, de onde saiu a maior parte dos mais de R$ 35,5 milhões já doados a candidatos por mais de 9 mil doadores diversos. Essas contribuições vindas dos ruralistas e demais doadores são registradas no portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde é possível acompanhar as movimentações financeiras das candidaturas.
Por lá, se verifica que entre os 18 maiores doadores no estado (mais de R$ 100 mil cada), 16 são ligados ao setor agropecuário. Essas doações refletem a forte influência do agronegócio na política local. Um levantamento publicado pelo jornal O Popular nesta quinta-feira (3), mostra o interesse financiador do agronegócio para decidir o processo eleitoral com grandes doações em ao menos 15 cidades goianas.
Os dados mais recentes apontam que o apoio financeiro do agronegócio tem sido fundamental para campanhas em municípios de relevância econômica, como Goiânia e outras cidades-chave.
Um caso relevante é o de Goiatuba, onde o candidato do MDB, o produtor rural e ex-prefeito Marcelo Coelho, recebeu a maior doação em Goiás até agora nas eleições deste ano. A doação foi de mais de meio milhão de reais e partiu do empresário Fábio Cardoso de Oliveira, do interior de São Paulo, que mantém várias empresas agropecuárias.
Entre os vereadores vem a segunda maior doação até agora. Foi feita por Isabela Leão Assad agropecuarista de Rio Verde que doou R$ 270 mil para a tentativa de reeleição do vereador Ronaldinho Cruvinel do PP.
Na região Metropolitana, Sandro Mabel (UB) em Goiânia, Professor Alcides (PL) em Aparecida, e Dione do Cará, em Bela Vista (PP) receberam doações do empresário Marcos Helou do Grupo Piracanjuba. Ele dividiu R$ 242 mil entre os três.
O levantamento do jornal mostra que de setembro para cá as doações privadas para candidatos a prefeito e vereador subiram em mais de 60%.