Goiás alcançou o primeiro lugar no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2023, no Ensino Médio, com média de 4,8. A nota colocou a Educação do Estado em destaque como a melhor do país. Em entrevista ao Diário de Goiás, a secretária de Educação de Goiás, Fátima Gavioli, falou sobre o planejamento que levou a este resultado e quais os preparativos para a manutenção da conquista pelos próximos anos.
Ao editor-chefe do DG, Altair Tavares, Gavioli destacou que a Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc-GO) já está traçando um plano estratégico para identificar os pontos fracos da rede, de modo a implementar medidas.”A partir de hoje, nós já iniciamos aqui com uma reunião com as diretoras pedagógicas e de políticas e o diretor administrativo financeiro, onde nós já estamos traçando um plano estratégico para identificar qual foi a escola, qual foi o aluno que não conseguiu ainda atingir a nota necessária. E quais são as escolas que, a partir dessa avaliação, são consideradas vulneráveis”, detalhou a secretária.
De acordo com Fátima, essa é uma das principais estratégias para não deixar o Ideb cair nos próximos anos e fazer com que a nota do Estado continue crescendo no ranking nacional. A secretária destacou que o diálogo com diretores, coordenadores e professores sempre foi uma estratégia muito utilizada em sua gestão e pretende seguir com ela nos próximos anos de governo.
“Eu assinei o pacto pelo resultado desta avaliação com todos os diretores. Todos os diretores sentaram na minha frente e assinaram a meta. Todos. Hoje, eu já sei dizer quem foi que cumpriu a meta e quem foi que não cumpriu a meta”, detalhou Gavioli ao relatar que acompanha de perto o trabalho desenvolvido em conjunto.
Uma das metas da Seduc-GO é também reduzir a quantidade de profissionais contratados da rede e aumentar o número de servidores concursados, conforme recomendação do Ministério Público. “Em 2019, 60% era contrato, 40% era efetivo. Hoje, nós já passamos de 55% efetivos e estamos trabalhando para chegar aí próximo de 60% de efetivo. Ou seja, nós vamos inverter a ordem durante esses dois mandatos do governador”, explica a secretária.
Gavioli elucida que a demora para a nomeação dos aprovados se dá pelos processos burocráticos envolvidos. “Foi feito um dos maiores concursos, 5.050 vagas, mas tendo em vista que a substituição precisa passar por um processo”, elabora. “Todo mundo que foi aprovado nesse concurso, até o início de 2026, vai estar dentro da rede. Agora, não dá para fazer correndo, não dá para fazer as pressas, porque responde aquele que disse que está apto para trabalhar”, acrescenta, explicando que há trâmites necessários para comprovação de títulos e aptidão para assumir os cargos.
Orgulhosa, a secretária destaca que da lista de 20 escolas com as maiores notas do país, três são de Goiás. Conforme Gavioli, o resultado é fruto do trabalho que está sendo desenvolvido desde 2019 e, que apesar de ter sido diretamente impactado pela pandemia de Covid-19, em 2020, conseguiu se reestabelecer nos anos seguintes.
“Em 2019, Goiás era 4,7 e já era o primeiro. Então, em 2019, nós vínhamos alçando voos altíssimos, hoje nós já estaríamos acima de 5,0, só que no meio do caminho tinha uma pandemia, e aí nós tivemos que parar, e nessa nossa parada, nós tivemos que nos reinventar metodologicamente, pedagogicamente, para garantir que aquelas crianças tivessem o mínimo possível de prejuízo”, ressaltou Fátima Gavioli.
Entre as medidas tomadas para que Goiás atingisse a maior média do país, a secretária destacou os investimentos na Educação, em infraestrutura e em recursos de aprendizagem dos alunos e preparação e formação dos professores. “Nós estamos fechando o sexto ano com investimentos na ordem de R$ 7,5 bilhões, então foi feito um grande investimento”, detalhou. E acrescentou: “Não se vai melhorar a educação desse país se você não colocar dinheiro nela, você precisa colocar dinheiro”, pontuou Gavioli.
Ao longo dos últimos anos, o Governo de Goiás injetou verbas para a reforma e construção de novas unidades escolares, mais modernas e voltadas para o conforto dos alunos e servidores. Também foram implementadas ferramentas de ensino especiais, como óculos de realidade virtuais para alunos com deficiência visual e a criação de uma revista produzida pelos próprios profissionais da rede, chamada de Revisa.
A Seduc-GO também lançou a Bolsa Aluno, como incentivo para a assiduidade dos estudantes e auxílio financeiro. “Hoje ele recebe o bolsa, mas ele tem que estar em dia com as notas e com a frequência”, detalha Gavioli. A secretária destaca que há planos para a ampliação do benefício. “Está do nono até a terceira série do Ensino Médio para todos os alunos, do nono à terceira, independente da classe social e etc. Mas existe sim um estudo financeiro, orçamentário sendo feito para já trazer ele também para o oitavo”, acrescenta.
Por fim, a secretária pontuou que os resultados comprovam que os investimentos trazem sim retornos positivos. “À medida que essas escolas vão recebendo investimentos, com certeza, não importa onde ela esteja, ela vai apresentar bons resultados”, finaliza Fátima.