Israel e Reino Unido lideram as campanhas de vacinação mundo afora. Os israelenses são o grande exemplo para o mundo e já imunizaram, em pelo menos uma dose, 46% de sua população. Já os britânicos, cumpriram a meta do premiê Boris Johson e vacinaram os grupos prioritários, que incluem profissionais de saúde, idosos em casas de retiro e pessoas de 70 anos ou mais.
Os especialistas concordam que ainda é muito cedo para mensurar os efeitos da campanha, mas alguns sinais já estão disponíveis.
Israel
Israel, que concordou em ser o grande laboratório do mundo, notou uma redução significativa no número de internações nos grupos que atingiram grande taxa de vacinação, como idosos acima de 60 anos. As áreas com maior cobertura vacinal também têm se saído melhor.
Dados do Ministério da Saúde israelense mostram que apenas 531 pessoas acima de 60 anos, de um total de 750 mil que receberam as duas doses da vacina, testaram positivo para a covid-19, o que representa 0,07%.
Destes, apenas 38 apresentaram quadro moderado ou grave, necessitando de hospitalização, uma proporção ainda menor.
Houve apenas três mortes em pessoas vacinadas no país, mas as autoridades de saúde argumentam que eles foram infectados antes do tempo necessário para a imunização.
Antes do tempo da vacinação ter efeito, mais de 7 mil infecções foram diagnosticadas no país. Destes, somente 700 tiveram casos moderados ou críticos e houve 307 mortes.
O país utilizou uma estratégia conjugada de vacinação com lockdowns severos. Desde o início do ano Israel está com a economia congelada. No início, com a vacinação ainda incipiente, cientistas se dividiram: uns argumentaram que a restrição teria sido fundamental na queda da média móvel de casos para 8.285, o maior do país, em 25 de janeiro, para os atuais 4.824 casos diários, uma queda de 41,7%.
Todavia, o que se observou é que o controle da epidemia em lockdowns anteriores não foi de longe tão eficaz como o que está sendo agora, com o avanço da imunização.
Reino Unido
Outro país que conjugou vacinação e lockdown foi o Reino Unido. Os britânicos estão sob fortes restrições desde janeiro, especialmente para conter as novas cepas do coronavírus. A campanha de imunização, a primeira lançada no mundo, também avançou e atinge quase um quarto da população.
Com os mais vulneráveis protegidos, o país viu a média móvel de mortes cair 47,3% em 23 dias, saindo do pico de 1.248 para 647.
A estratégia britânica é um pouco diferente da israelense. O Reino Unido está aumentando a proporção de vacinados utilizando apenas uma dose da vacina da AstraZeneca, que tem um prazo de até 90 dias para aplicação da dose de reforço. A ideia por lá é vacinar todos os adultos até setembro.
Os casos também apresentam uma queda vertiginosa.
Demais países
Nos demais países top 10 do ranking, os efeitos da imunização ainda não são tão vívidos. Bahrain e Chile, por exemplo, apresentam estabilidade com tendência de alta. No caso dos Estados Unidos, que lidera em número absoluto de doses administradas, é possível ver uma queda contínua no número de casos, o que ainda não se refletiu com força nos óbitos.
De todo modo, a taxa de cobertura de todos esses países e os demais que completam o top 10 são demasiado baixas, avaliam os especialistas, para inferir que a vacinação foi responsável por mudanças no cenário epidemiológico até aqui.
Cientistas dizem que, para que a epidemia seja controlada, pelo menos 70% da população de um país deve estar imunizada.
Brasil
O Brasil começou a vacinação em 18 de janeiro e ainda tem índices baixos de imunização. O país é o 16º quando o assunto é cobertura vacinal, com 2,39% dos brasileiros vacinados em uma dose.
Vivemos também um aumento do número de casos e mortes, que têm batido recordes nos últimos dias.
Confira todos os dados abaixo
Países com maior cobertura vacinal (pelo menos 1 dose) – Fonte: Our World in Data/Universidade de Oxford
Israel – 46,08%
Reino Unido – 22,54%
Bahrain – 14,75%
Estados Unidos – 11,45%
Chile – 10,95%
Malta – 8,01%
Islândia – 4,13%
Dinamarca – 4,09%
Polônia – 3,9%
Romênia – 3,62%
Brasil aparece em 16º na estatística, com 2,39% da população imunizada em uma dose
Evolução das mortes (Média móvel pico – atual) – Fonte: Universidade Johns Hopkins
Israel – chegou ao pico de 65 mortes em média, em 25 de janeiro – média de 35 mortes em 15 de fevereiro – queda de 46%
Reino Unido – chegou ao pico de 1.248 em 23 de janeiro – média de 657 mortes em 15 de fevereiro – queda de 47,3%
Bahrain – está com três mortes diárias na média móvel. Índice é o segundo maior da pandemia. O pico é de quatro óbitos/dia
Estados Unidos – pico de 3.341 em 26 de janeiro – 3.030 em 15 de fevereiro – queda de 9%
Chile – média diária em 15 de fevereiro é de 81, a maior desde 23 de julho
Malta – média de duas mortes diárias se mantém desde 23 de janeiro. Ainda não houve queda nesse índice após início da vacinação
Islândia – Não registra mortes desde 29 de dezembro
Dinamarca – média móvel em 12 mortes/dia – pico foi em 21 de janeiro, com 36 óbitos/dia. Queda de 66%
Polônia – média móvel em 243 mortes/dia – pico foi em 25 de novembro, com 505 óbitos/dia. Queda de 51%
Romênia – média móvel em 69 mortes/dia – pico foi em 9 de dezembro, com 165 óbitos/dia. Queda de 58%
Brasil – média móvel em 1.177 mortes/dia, a segunda maior da pandemia. A maior foi em 13 de fevereiro, com 1.214 óbitos/dia
Veja como está o número de novos casos diários em cada um dos países com vacinação mais adiantada (Fonte: Universidade Johns Hopkins)
Israel
Reino Unido
Bahrain
Estados Unidos
Estados Unidos
Chile
Malta
Islândia
Dinamarca
Romênia
Veja como o está o Brasil, 16º em cobertura vacinal no mundo
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