Segundo novos dados do MapBiomas, o Brasil teve uma redução de 15% de florestas naturais devido a agropecuária. Ou seja, após o desmatamento a área foi convertida para uso agropecuário – seja pastagens ou cultivo agrícola. A análise ocorreu a partir do monitoramento do território brasileiro por satélites, entre 1985 e 2022.
O mapeamento considera diversos tipos de cobertura arbórea: formações florestais, savanas, florestas alagáveis, mangue e restinga. De acordo com o MapBiomas, esses ecossistemas ocupam 58% do território nacional. Quando todos são considerados, a Amazônia (78%) e a Caatinga (54%) aparecem como os biomas com maior proporção de florestas naturais em 2022.
Segundo o estudo desse total, mais de 75 milhões de hectares estavam em propriedades privadas. Os dados fazem parte dos dados publicados na Coleção 8 do Mapeamento Anual da Cobertura e Uso da Terra no Brasil realizado pelo MapBiomas.
Para Julia Shimbo, Coordenadora Científica do MapBiomas, as florestas são importantes não apenas para manter o equilíbrio climático, mas também para proteger os serviços ecossistêmicos vitais para a sociedade e sua economia. “A perda contínua das florestas representa uma ameaça direta para a biodiversidade, a qualidade da água, a segurança alimentar e a regulação climática”, salienta.
Luis Oliveira Jr. pesquisador da equipe da Amazônia no MapBiomas destaca que a proteção e gestão sustentável dessas áreas são cruciais para a preservação da biodiversidade, a manutenção dos serviços ecossistêmicos e a integridade desses ecossistemas únicos na região amazônica.
O local abriga também florestas alagáveis – nova categoria que passou a ser monitorada pelo MapBiomas a partir deste ano nesse bioma. Entre 1985 e 2022, foram perdidos 430 mil hectares de florestas alagáveis na Amazônia, onde ocupavam 18,8 milhões de hectares ou 4,4% do bioma em 2022.