O governador Ronaldo Caiado conclamou a população goiana a se vacinar. A recomendação do gestor, que é médico, ocorre diante do aumento expressivo dos casos de doenças respiratórias, que tem pressionado as unidades de saúde de Goiás. Apenas a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) já causou 236 óbitos este ano em Goiás, quase 50 por mês.
“Nós estamos hoje com uma dificuldade em termos o número de crianças e às vezes adultos com estado gripal e que precisam ser internadas. No entanto, o que nós precisamos é dizer às pessoas que, por favor, tomem a vacina”, destacou.
Conforme divulgou o governo, atualmente, os principais responsáveis pelo aumento de diagnósticos e internações em Goiás são doenças como dengue e influenza. Desde o início do ano já foram registrados 185 óbitos por dengue. Foram 163.532 casos confirmados e 3.360 internações pela doença nos hospitais da rede da Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO).
Já a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) resultou em 236 óbitos este ano. As mortes foram principalmente entre crianças menores de 2 anos (25 mortes) e idosos com mais de 60 anos (128 mortes). Dentro dos óbitos por Srag, a maioria registrada em 2024 é por Covid-19 (98) e Influenza (24), ambos com vacinas disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).
A Campanha de Vacinação contra a gripe, por exemplo, começou em Goiás no dia 22 de março, inicialmente para grupos prioritários. Desde o dia 2 de maio a imunização contra Influenza está disponível para toda a população acima de seis meses de idade. Mesmo assim, o índice de vacinação ainda é considerado baixo, com apenas 27,49% de cobertura vacinal para o imunizante.
O preconizado pelo Ministério da Saúde é cobertura acima de 90%. “Não existe condição de você ter leito hospitalar para atender 7 milhões de goianos que realmente não tomam a vacina”, alertou Caiado. “Em vez de focar no leito, vamos focar na campanha da vacinação, porque se nós não tivermos uma vacinação, podemos transformar todas as residências de Goiás em enfermaria”, enfatizou o chefe do Executivo estadual.
Além da influenza, o estado tem em andamento a Campanha de Vacinação contra a Dengue, que começou em fevereiro. De um total de 220.345 doses da vacina recebidas, apenas 65% foram utilizadas até o momento.
Outro imunizante disponível e que tem baixa procura é contra a Covid-19. A cobertura vacinal para a bivalente hoje é de apenas 15,63%. A vacina para a Covid-19 atualmente está incluída no Calendário Nacional de Vacinação (para crianças de 6 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias) e é também indicada para grupos prioritários e pessoas que não tomaram nenhuma dose ou não completaram o esquema vacinal.
A principal recomendação é que a população procure as mais de 900 salas de vacina em todo estado para diminuir a possibilidade de agravamento, internação e óbitos. Os casos agravam principalmente durante o período do outono e inverno. É quando doenças de transmissão respiratórias são mais frequentes e as pessoas passam mais tempo em ambientes fechados.
“Quando a população vacina, mesmo que a pessoa tenha a doença, ela tem menos gravidade e se interna menos, então é possível proteger os hospitais para atender os casos mais graves. E assim evitar que essa sazonalidade interfira tão significativamente nos atendimentos do sistema de saúde”, explica a superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim.