Entidades do Sistema S se organizam para reestruturação da economia na cidade de Abadiânia, após impacto negativo da prisão e das denúncias contra o médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, que realizava atendimentos na Casa Dom Inácio de Loyola. Durante entrevista ao Jornal Bandeirantes da Rádio Bandeirantes 820, o diretor regional do Sesc e Senac em Goiás, Leopoldo Veiga, detalhou como está a atual situação da cidade e o que deve ser feito.
A cidade era importante referência do turismo religioso, o que movimentava a economia do município. De acordo com o diretor regional um levantamento feito de forma preliminar pelas entidades do Sistema S, aponta que 90% economia de Abadiânia foi afetada com a prisão do médium. “Então, tendo essa percepção de que algo precisava ser feito na cidade, o Sesc, Senac, Sesi, Sebrae, Senar, Fecomércio e outras entidades, se uniram e deram as mãos para buscar uma solução para mostrar um rumo, para que a cidade voltasse respirar e a economia voltasse a crescer”, ressalta.
Segundo Leopoldo, muitos negócios na cidade que giravam muito entorno do turismo religioso como, pousadas, hotéis e lojas foram fechados, e isso tem provocado um regresso econômico. “Uma pesquisa está em campo hoje, com os alunos da Universo e da Faculdade Senac, então voluntariamente muitos alunos estão na cidade fazendo esse levantamento para que a gente tenha um diagnóstico mais preciso do que precisa ser feito. A cidade precisa reencontrar ou encontrar uma nova vocação ou novas vocações, ou se reencontrar do ponto de vista econômico, para que ela volte a prosperidade, porque se a cidade permanecer como está infelizmente ela vai sofrer uma falência total”, alerta.
Para Leopoldo não é possível prever o futuro, mas o que se tem visto hoje, em Abadiânia é um cenário de muita dificuldade. “Comerciantes e até famílias que viviam do turismo religioso estão passando muita dificuldade, inclusive sem renda. É isso que nós estamos buscando lá, encontrar um rumo. Estamos levantando agora esse diagnóstico, e no pós diagnóstico cada entidade vai dar sua contribuição dentro da sua razão de existir. Por exemplo, o Senac, vamos estar levando uma dezena de cursos gratuitos para requalificação do comércio. Em todas as áreas que forem levantadas pelo diagnóstico, formação para bares, hotéis, pousadas, restaurantes, supermercados, ou seja, para todos.O Sesc, com o lazer, a recreação, saúde para os comerciários e para a parte da população. O Sebrae, com o empreendedorismo capacitando o comércio, os empresários dando novas perspectivas de empreendedorismo. Ou seja, cada qual na sua área contribuindo para o desenvolvimento da cidade”, pontua Leopoldo.
O diretor regional explica que dentro de pelo menos três semanas esse diagnóstico deve estar encaminhado. “Esse diagnóstico vai ser apresentado ao prefeito que está dando todo suporte para a equipe. Vamos poder entender quais rumos e o que propor. O sentimento na cidade é de abandono, desespero e de angústia porque houve de fato um esvaziamento da economia da cidade e está se tornando uma cidade dormitório”, disse.
Além disso, Leopoldo destaca que é de suma importância a participação do poder público nesse processo de reestruturação. “O Sistema S de forma inédita no Brasil se uniu para ajudar a economia de uma cidade e isso é um fato inédito, mas tem que ter o envolvimento do poder público, entender que ele terá que ser um indutor de novos negócios, indústrias para a região. Pensar num plano de incentivos, para que os empresários externos e não só os de Goiás, busquem Abadiânia como alternativa de investimento”, finaliza.
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