Moscou, a capital e maior cidade da Rússia, abriu neste sábado (5) 70 postos de vacinação para imunizar grupos considerados de alto risco contra a covid-19. Inicialmente, médicos, professores e funcionários municipais foram convidados a agendar um horário para receber uma dose da Sputnik V, imunizante produzido pelo país.
Na quarta-feira (2), o presidente Vladimir Putin determinou o início de uma campanha de vacinação em larga escala contra a doença causada pelo coronavírus Sars-CoV-2. A vacina Sputnik V, mesmo já registrada na Rússia, não concluiu a fase 3 de estudos clínicos e, por isso, é vista com ceticismo por membros da comunidade científica.
O governo russo estima que mais de 2 milhões de doses do imunizante estarão em breve disponíveis. A ideia é que vacinas sejam aplicadas em profissionais de saúde e professores em todo o país a partir do próximo fim de semana.
Em Moscou, que abriu neste sábado a vacinação, o prefeito Sergei Sobyanin disse que 5 mil pessoas se inscreveram após a abertura do agendamento, na sexta-feira (4).
A vacina gratuita é oferecida a pessoas de 18 a 60 anos que não sofrem de doenças crônicas e não estão grávidas ou amamentando. A Sputnik V foi desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, com sede em Moscou. Um estudo avançado entre 40 mil voluntários foi anunciado duas semanas após a vacina ter recebido aprovação do governo e ainda está em andamento.
Dados divulgados
O Instituto Gamaleya, que desenvolve a Sputnik V, disseram, numa análise provisória, que o produto mostrou 91,4% de eficácia. A conclusão se baseou em 39 infecções entre 18.794 participantes do estudo que receberam ambas as doses da vacina ou um placebo, que é um número muito menor de infecções do que as farmacêuticas ocidentais examinaram ao avaliar a eficácia de suas vacinas. Duas outras vacinas projetadas pela Rússia também estão sendo testadas.