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Política
| Em 1 mês atrás

Com 518 ocorrências de violência política, 1º turno de 2024 foi o mais violento da série histórica

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O primeiro turno das eleições municipais, dia 6, fechou o período de maior violência política já registrado no Brasil próximo de uma eleição, com 518 ocorrências. É o que apontam dados da 3ª edição da pesquisa “Violência Política e Eleitoral no Brasil”, elaborada pelas organizações sociais Terra de Direitos e Justiça Global, e lançada na última semana.

Mostrando que o clima de competitividade e inimizade piorou, a pesquisa mostra que, de 16 de agosto a 6 de outubro, o Brasil registrou 373 casos de violência política, especificamente contra candidatos e políticos em exercício.

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Conforme divulgado pela Agência Brasil, o que foi apurado é um complemento ao divulgado pelas entidades poucos dias antes, apontando 145 ocorrências no período que antecedeu a campanha eleitoral, de janeiro a 15 de agosto. Assim, houve uma média de 1,5 caso por dia. Com 518 ocorrências, o ano de 2024 se destaca como o mais violento da série histórica.

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“No primeiro turno do pleito deste ano, foram identificados 10 assassinatos, 100 atentados, 138 ameaças, 54 agressões, 51 ofensas, 13 criminalizações e sete invasões. A média foi de sete vítimas por dia. Já no primeiro turno de 2022, foram registrados aproximadamente 2 casos de violência política por dia”.

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Os números também mostram que o pico de casos aconteceu na véspera das eleições. De 1º a 6 de outubro, foram notificados 99 casos, o que corresponde a 16 ocorrências por dia ou uma a cada 1h30. Em relação aos locais onde os casos ocorreram, o maior número de ocorrências foi no estado de São Paulo, com 14 casos.

Em 2022, o 1º turno das eleições gerais registrou um assassinato, enquanto em 2024 foram 10 ocorrências no mesmo período. Dos 24 casos de assassinatos registrados em 2024, mais de 40% dos assassinatos aconteceram durante o período eleitoral.

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Vítimas negras e mulheres

As entidades fazem, ainda, um alerta contra a proporção de casos que vitimaram pessoas negras e mulheres. Embora pessoas brancas representem o maior grupo de vítimas de violência política no primeiro turno (52% ou 193 casos), a forma mais grave que essa hostilidade assume, ou seja, a letal, vitimou mais pessoas negras. Vítimas pretas e pardas foram alvo em oito de cada dez homicídios perpetrados nesse contexto. Quando são consideradas todas as categorias de violência, 44% das vítimas eram negras. A porcentagem corresponde a 164 ocorrências.

A representatividade das mulheres na política permanece significativamente menor nas eleições deste ano (33,96%). Contudo, como observam as organizações coautoras do relatório, foram vítimas de 35% dos casos de violência política no primeiro turno, que acumulou 128 ocorrências. O tipo mais praticado contra mulheres, cisgênero e trangênero, foi a ameaça, com 56 casos.

A vereadora do Rio de Janeiro e candidata à reeleição pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Tainá de Paula, foi uma das que sofreram ataques a tiros. Três dias antes da eleição do dia 6, em Vila Isabel, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro, dois homens armados dispararam duas vezes contra o veículo no qual a parlamentar e sua equipe estavam. O carro era blindado e por ninguém saiu ferido.

Segundo o Instituto Fogo Cruzado, os tiros contra a vereadora foram o centésimo caso de ataque contra pessoas ligadas à política, sejam elas candidatas, pré-candidatas, políticas, assessoras ou apoiadoras, no Grande Rio desde 2016.

Outro dado que evidencia o machismo e a misoginia no pleito é o relativo ao total de denúncias de vazamento de vídeos íntimos (ou revenge porn, que significa pornografia de vingança em inglês) e montagens de nudez que utilizaram fotos de candidatas. O relatório indica um total de oito casos, conforme divulgado pela Agência Brasil.

Goiás não apareceu na lista das regiões e estados com mais casos de violência política registrados:

  • Sudeste: São Paulo (50) e Rio de Janeiro (38)
  • Nordeste: Paraíba (24) e Bahia (23)
  • Norte: Pará (16) e Amazonas (10)
  • Centro-Oeste: Mato Grosso do Sul (10) e Mato Grosso (9)
  • Sul: Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná com 17 casos cada
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