Ao completar 81 anos, Iris Rezende (PMDB) embargou a voz ao agradecer a amigos e aliados que estavam no escritório dele, na avenida T-9, em Goiânia, na manhã da segunda, 22. Os mesmos que carregaram o peemedebista na campanha a governador de Goiás, recentemente, e alguns que colaboraram na gestão dele na prefeitura de Goiânia. O grupo foi abraçar ao líder. O núcleo da defesa da candidatura a prefeito de Goiânia já está formado.
O resultado das eleições das quais Iris Rezende participou, desde 1998, especificamente, evidencia que a capital é um reduto dele. É a cidade para a qual ele sempre diz que deve tudo a ela desde quando chegou, jovem, transferido de Cristianópolis.
Em ordem inversa, Iris Rezende obteve vitória no eleitorado goianiense em 2014, 2010 e 1998, contra Marconi Perillo (PSDB). Foram vitórias do atual governador que ele amargou derrotas na capital e compensou a diferença no interior. As vitórias do “Tempo Novo” não conseguiram romper a muralha do reduto eleitoral peemedebista.
Além disso, Iris Rezende acumulou as vitórias de 2004 e 2008 para prefeito de Goiânia e elegeu Paulo Garcia (PT) como sucessor em 2012. O petista deve, sim, em parte, sua vitória à bem avaliada administração de Iris na capital. É fato que os concorrentes foram fracos, mas Garcia aproveitou-se de suceder uma gestão com somou na campanha, pelo menos na percepção da população.
Em 2014, o crescimento da campanha marconista no interior foi tão relevante que, ficou claro, afogou os impulsos da campanha peemedebista. A derrota para o PMDB foi humilhante e, em alguns casos, vexatória. Apesar dos esforços marconistas, Goiânia resistiu, junto com Aparecida de Goiânia.
Ao considerar esta história bem sucedida do PMDB, com Iris Rezende, na capital, está mais do que claro que o partido está refém de uma candidatura do líder que fará, em 2016, 83 anos de idade. Apesar de dizer que a recente candidatura a governador foi sua última campanha, Iris não consegue esconder a satisfação dos que chegam até ele e o tratam como candidato a prefeito.
Goiânia é um reduto eleitoral do PMDB e tem Aparecida de Goiânia como companheira. Para ultrapassar este muro, a oposição a Iris e a Paulo Garcia terá que começar a campanha logo. Não é tarefa fácil romper, ou destruir redutos, mas, também, não é impossível. (Texto publicado também no www.tribunadoplanalto.com.br)
Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .