05 de setembro de 2024
Publicado em • atualizado em 15/12/2014 às 14:43

Reflexão sincera

Coube ao prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB), a apresentação de uma reflexão coerente sobre o que aconteceu com o partido dele nas eleições de 2014 e com a consequente derrota para Marconi Perillo (PSDB) na disputa para governador. “O PMDB está dividido hoje e esteve dividido durante os últimos 15, 20 anos, por isso perdeu todas as eleições. Se continuar dividido, vai continuar perdendo”, disse ele em entrevista à Rádio 730. Sim, Maguito foi a centro da questão. E, foi assim que o opositor venceu.

O prefeito de Aparecida de Goiânia também mostrou com bastante propriedade a opinião de que a luta interna foi prejudicial ao PMDB. Ele falou, inclusive, em “luta intestina” para enfatizar o que aconteceu entre os grupos do partido na escolha entre Júnior do Friboi e Iris Rezende na candidatura para governador. Vilela acertou em cheio. Enquanto os peemedebistas brigavam, os peessedebistas faziam festa. “Eu sou contra esse negócio de ficar expulsando”, disse Maguito, sem titubear.

A opinião de Maguito Vilela, no entanto, evidencia o quão distante é o pensamento dele, e de seus apoiadores, em relação aos iristas. Hoje, o PMDB tem esta clara divisão de grupos, apesar dos friboizistas ainda sobreviverem dentro do partido, por enquanto. Dos iristas, ouve-se uma voz afoita para expulsar Júnior Friboi em comissão já formada na mesa diretora.

Está mais do que claro, o PMDB estava sem rumo, durante a eleição de 2014. E, para piorar, continua sem caminho a seguir que não seja atender a orientação e o norte apontado por Iris Rezende. Ele é um líder incontestável e um símbolo que representa o partido na mais profunda acepção.

Segundo Maguito, o PMDB tem que “passar uma borracha e tocar a bola para frente”. Será? Como esquecer o fato de que Júnior Friboi alimentou a perspectiva de uma campanha forte e estruturada para o PMDB e o que aconteceu foi uma campanha modesta e sem estrutura? Como esquecer a agressividade entre os grupos peemedebistas na pré-campanha? Como passar uma borracha na derrota mais humilhante que os peemedebistas sofreram de Marconi desde 1998?

Maguito, do seu jeito, tem um problema: fala e não é ouvido dentro do PMDB, principalmente pelos iristas. Os dois grupos passaram anos numa convivência em que as diferenças foram disfarçadas, ou ocultas. Como dizem os marxistas: é preciso aprofundar a crítica e a crise para encontrar uma solução. No mínimo, Maguito contribuiu com uma reflexão centrada na realidade.

 

 

Altair Tavares

Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .