05 de setembro de 2024
Publicado em • atualizado em 23/12/2014 às 11:09

Paulo Garcia: o tempo e a imagem

 Em uma edição anterior do Tribuna do Planalto, abordávamos o fato de que a administração do prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), poderia contar com mais de R$1 bilhão de reais em investimentos para executar obras na capital e isso poderia ajudar na recuperação da imagem dele. O chefe do Executivo precisa mais do que nunca agilizar os projetos e a aplicação dos recursos para mostrar-se como prefeito realizador. O receituário para conquistar uma avaliação positiva continua o mesmo: obras e serviços.

A pesquisa Grupom, que foi divulgada pelo Diário de Goiás, que comparou o sentimento do eleitor goianiense em relação ao prefeito Paulo Garcia revelou que o administrador chega ao final de 2014 com o pior índice. A avaliação negativa do prefeito, era de 34,2% em setembro de 2012, saltou para 64,9% em janeiro de 2014, subiu novamente para 76,9% em junho deste ano e chegou ao maior índice neste mês de dezembro, 85,2%.

Internamente, o prefeito e assessores têm utilizado o argumento de que o governador Marconi Perillo (PSDB) viveu uma crise profunda em 2012 com a Operação Monte Carlo e conseguiu recuperar-se. Assim, Paulo Garcia poderia fazer o mesmo. Ainda há tempo? Sim, há.

Mais do que tempo, o prefeito precisa supercar adversidades e preparar um planejamento de ações eficientes para ultrapassar a avaliação negativa e inverter o processo. As obras do eixo norte-sul, o investimento em mobilidade e trânsito, a regularidade na coleta do lixo e o equilíbrio da Comurg, as novas escolas e CMEI’s, a execução do Macambira-Anicuns, e outras ações podem ajudar.

No entanto, Paulo Garcia precisa superar até agora a derrota que tem sofrido na Câmara de Goiânia, sobre o reajuste do IPTU e do ITU e administrar a escassez de recursos para o custo da manutenção e salaries. Mas, fundamentalmente, Garcia precisa inverter a derrota que tem sofrido na área da comunição. O próprio Paulo não é o mesmo de quando assumiu o governo. Está impaciente nas entrevistas, não administra a postura diante do diálogo com jornalistas e consequentemente com o publico.

O prefeito cometeu o erro de abandonar as redes sociais e seus assessores da área deveriam repensar a atitude com o estabelecimento de uma nova estratégia para o ambiente digital. A eleição de 2014 provou que é impossível, hoje, no Brasil, para qualquer politico, que não tenha uma presença digital inteligente e estratégia. Paulo, o prefeito digital, não é o mesmo. Marconi, por outro lado, dá sinais de que evoluiu tanto na área digital que não precisa de outros canais.

A administração de Paulo Garcia tem o quê mostrar, mas não consegue. Ainda conta com os recursos de investimentos citados no artigo anterior. É hora de renovar a estrutura administrative para enfrentar o momento pré-eleitoral. O prefeito precisa de uma equipe renovada, dinâmica, que dê tudo o que o prefeito precisa em agilidade, inteligência e estratégia. Enganam-se os que pensam que Paulo está acabado. Ainda, não. Ele ainda tem tempo de se reorientar. Mas, o tempo é curto.

 

Altair Tavares

Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .