O PT tem um nome natural para disputar a prefeitura: a deputada federal Adriana Accorsi. Tem também um segundo nome: o ex-reitor da UFG Edward Madureira. E tem um terceiro nome correndo por fora, em ‘carreira’ solo como pré-candidato: o deputado estadual Mauro Rubem. O PT tem ainda um bom cabo eleitoral: o presidente da República, Lula.
Em conversas mais reservadas, petistas mais experimentados argumentam que a legenda não vai insistir em cabeça de chapa. Pensando em 2026, pode aceitar uma vice. Mas isso não é consenso. Há entusiasmo com Adriana. No caso de Edward, há respeito em virtude de sua capacidade de dialogar com outros partidos e segmentos variados da sociedade, e por sua elogiada gestão na UFG.
Até agora não há nome que se destaca na disputa em Goiânia. O que mais chama a atenção nos bastidores é exatamente o de Adriana, junto com o de Ana Paula Rezende, pelo MDB, e Gustavo Gayer, pelo PL. Além, é claro, do prefeito Rogério Cruz, por estar no poder. O ambiente, aliás, é de descampado: muitos olham e acham que podem conquistar o terreno fácil-fácil. Pra você ver.
Nas perspectivas dessas candidaturas, o PT ganha mais atenção, pela possibilidade de ter respaldo nacional de Lula. Todos querem aliança com a legenda, menos Gayer, naturalmente, bolsonarista assumido. Petistas receiam um segundo turno com o seu ou a sua candidata isolada, com o governador Ronaldo Caiado apoiando o outro nome.
Neste momento, o governador é um cabo eleitoral melhor que Lula, em Goiás. Pelo menos pesquisas divulgadas nos últimos dias indicam isso. O fator Caiado pesa, uma vez que o aliado de maior desejo dos petistas, o MDB do vice-governador Daniel Vilela, já conta com ele, e, no caso de um bolsonarista avançar, este teria naturalmente o seu respaldo.
O PT já administrou Goiânia com Paulo Garcia, mais recentemente, Pedro Wilson, e lá atrás Darci Accorsi, o pai de Adriana. Darci era um cara alegre, esbanjava simpatia, característica que a filha herdou. Na mesa do boteco, rodeado de boa plateia, ele conversava com gosto, falando alto, contando histórias, defendendo suas ideias com convicção. Foi um prefeito que deixou marca positiva na cidade. Deixou saudade também naqueles que cobriam, como jornalista, sua gestão. Falo por mim. Sua energia era contagiante.
Vassil Oliveira
Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).