09 de agosto de 2024
Publicado em • atualizado em 12/02/2020 às 23:43

O governo dos sonhos de Marconi Perillo

O governador Marconi Perillo (PSDB) reiterou mais de uma vez, após a vitória na eleição de 2014, que recebeu uma autorização para montar a administração do modo que ele entendesse como o melhor para a gestão. A organização buscaria atender a um projeto político da coligação marconista e teria, como disse, até um documento assinado pelos aliados. E, assim fez. Montou o secretariado com escolhas bem pessoais, na quase totalidade, fez o governo que sonhou. E, para realizar os sonhos.

Não há dúvida que este é um fato novo entre os quatro governos que Perillo ganhou do eleitor, mas que foi construído bem antes da eleição como fruto da experiência dele na articulação política da candidatura. De certa forma, funciona como um contraponto ao governo que encerrou-se em 2014 quando o peessedebista teve que fatiar a administração e disputa entre os grupos promoveu uma administração com várias dificuldades.

É correto afirmar que o governador Marconi foi inteligente antes do lançamento da candidatura ao resistir à empreitada, mas toda a base dele sabia que ele seria o único com condições de enfrentar e ganhar de Iris Rezende (PMDB). Ao perceber esta situação, Perillo deixou claro que enfrentaria, mas precisaria de liberdade para governar.

O resultado disso está em dois fatos: a reforma administrativa e a formação do secretariado. A radical mudança na estrutura do governo foi tratada com poucos participantes afinal reduzir de 16 para 10 secretarias iria causar resistência dos que gostam de cargos para suas estruturas. Nome por nome, os 10 secretários escolhidos tem o dedo direto do governador com valorização do PSDB, do PP e do PSD. Mas, principalmente, atenderam à vontade de Marconi.

Até a posse, Perillo repetiu diversas vezes, em entrevistas coletivas, que busca quer resultados e eficiência. Agora, não terá mais a desculpa da indicação amarrada politicamente a outros. O responsável é o próprio gestor que faz a dura cobrança. Assim, inclusive, terá mais liberdade para trocar quem não atender suas expectativas. Do outro lado, estarão os eleitores e aliados do governador atentos aos que não forem “bons secretários” e à velocidade que Perillo vai agir.

E os descontentes? Ora, os aliados que não concordarem com o “modo de governar” de Marconi devem seguir o conselho que o próprio deu em entrevista no dia da posse: Aqueles que quiserem governar, que se candidatem. Curto, direto…. claríssimo. 

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Altair Tavares

Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .