Dos 20 clubes que disputam a principal divisão do Campeonato Brasileiro, 19 possuem patrocínios de casa de apostas. É muito dinheiro envolvido e a principal consequência vem sendo o alto investimento das equipes de futebol na contratação de jogadores e técnicos. É um dinheiro que não existia há cinco anos atrás e que agora é uma fonte de receita que só perde para os direitos de transmissão.
A Confederação Brasileira de Futebol e suas competições são patrocinadas por casa de apostas – as chamadas bets. Já ouviu falar da Copa do Brasil Betano? Brasileirão Betano? Algumas Federações também caminham com essa parceria. Aqui em Goiás temos o Goianão 1xbet.
Confederações, federações, clubes, jogadores… o mundo do futebol teria um prejuízo enorme sem as bets. No ano passado só na Série A do Brasileirão foram movimentados R$ 333 milhões. Agora em 2024 os valores chegam a R$ 630 milhões. Um cenário tentador e que tudo indica vai seguir crescendo.
Não existe por parte do futebol qualquer tipo de restrição para divulgação de produtos. Entrando dinheiro se anuncia cigarro, bebida, site de entretenimento adulto, casa de apostas e por aí vai. Mesmo tendo a consciência de que isso pode atingir de forma prejudicial muitos dos seus consumidores. Fazem vistas grossas para os problemas que esses seguimentos podem gerar.
Os clubes levantam a bandeira de que o futebol é saúde e que inspira, que tira os jovens do vício e formam cidadãos bons e que andam dentro das regras da sociedade. Isso é conversa para ‘boi dormir’. Usam o discurso como muleta para conseguir benefícios de Governos e Prefeituras.
Só para se ter uma ideia do desastre social que são as casas de apostas: levantamento do Banco do Brasil aponta que 5 milhões de pessoas que estão dentro do Bolsa Família do Governo Federal, enviaram R$ 3 bilhões a prataformas de Bets.
É um problema social e que leva ao endividamento de milhares de brasileiros que são impactadas com a ajuda do futebol. As pessoas são estimuladas pelos clubes e jogadores. A chamada ‘paixão nacional’ sendo usada para colaborar com um problema que só cresce a cada rodada de apostas.
O futebol e também veículos de comunicação são cúmplices deste círculo vicioso.
É entender que existe um grande problema e que é preciso buscar uma saída. Não serei radical a ponto de dizer que é necessário cortar pela raiz as Bets. Só que da maneira como está, elas prejudicam a sociedade. O Governo Federal precisa encarar mais de frente a questão. A simples regularização (coisa básica) não vai fazer as pessoas deixarem o vício.
Não é só no Brasil
Como informação: 30% dos patrocínios no futebol são oriundos de casa de apostas. Um mercado que vai crescendo a cada temporada. Na Liga dos Campeões – principal competição do mundo – 11 dos 36 times envolvidos na disputam, possuem alguma ligação de patrocínio com bets.