A entrevista do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), foi um dos fatos principais da política no país, no fim de semana, por que revelou um político maduro e que está consolidado na liderança do partido. O chefe do Executivo fez críticas à direção na condução da propaganda eleitoral e falou pelos que não foram ouvidos na escolha da estratégia, foi leal com o governador de São Paulo , Geraldo Alckmin e criticou a antecipação da eleição para presidente do PSDB.
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Não há dúvidas que o projeto de Perillo para galgar o posto de referência nacional do PSDB para alcançar outros projetos politicos já deu resultados. A ideia foi interrompida em 2010 quando ele deixou de ser senador para voltar ao governo de Goiás e disputar a sucessão do governador Alcides Rodrigues.
Perillo acerta ao indicar aos rebeldes do PSDB, incluindo o atual presidente interino, Tasso Jereissati, sobre a responsabilidade do partido na aliança com Michel Temer (PMDB), na presidência. Ao afirmar que o PSDB foi “o principal fiador do impeachment da presidente Dilmar Roussef (PT)”e que o partido acertou uma agenda “voltada para a retomada do crescimento econômico e outras reformas”, ele indica que o partido não pode abandonar as negociações que fez. Isso é exercício de coerência.
Em outro ponto da entrevista, Perillo foi cirúrgico na crítica sobre a propaganda eleitoral do PSDB que não ouviu as lideranças do partido ao definir a estratégia do programa eleitoral no qual o partido vai assumir seus erros. Independente do conteúdo do que será divulgado na produção eletrônica no rádio e TV, o governador falou por aqueles que também não foram consultados para a opinar sobre o processo. Ele foi porta voz e, assim, angaria prestígio junto a eles. Afinal, Perillo é tão politico quanto estrategista de marketing, comentam alguns assessores, nos bastidores.
No entanto, um dos principais pontos da entrevista é a percepção de que a antecipação da eleição para a nova presidência nacional do PSDB é uma forma de tirá-lo, e outros nomes também, da disputa. Em síntese, é golpe. Programada para abril ou maio de 2018, o processo eleitoral permitiria que governadores que vão se desincompatibilizar para disputar as eleições, sejam considerados como candidatos. Inclusive, o próprio Perillo, que confirma o nome dele e de outros prováveis candidatos. Mais uma vez, foi porta voz dos que não concordam com o processo.
Marconi deixou claro que está entre os prováveis candidatos a presidente do Brasil pelo PSDB e que está inserido no debate nacional. Para alcançar este patamar, deu passos e subiu degrau a degrau na construção do prestígio dentro do partido e, entre os governadores, na liderança do Fórum Brasil Central. Não há dúvida: Ele está pronto para o próximo voo.
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Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .