27 de dezembro de 2024
Publicado em • atualizado em 24/01/2019 às 20:34

Crise no IPASGO: Governo não repassa desconto; Atraso no pagamento de prestadores chega a 3 meses

Sede do Ipasgo, em Goiânia. (Foto: Eduardo Ferreira)
Sede do Ipasgo, em Goiânia. (Foto: Eduardo Ferreira)

A crise financeira do governo de Goiás já atinge o IPASGO (Instituto de Previdência de Assistência à Saúde do Estado de Goiás). Segundo Ernesto Roller, secretário de governo de Ronaldo Caiado, a administração deve R$270 milhões não transferidos para o instituto.

O valor da dívida equivale a R$ 89 milhões de contribuições descontadas dos servidores públicos e não transferidas para o caixa do IPASGO e de R$183 milhões para atendimento a programas sociais. É o instituto que paga pensões de radioacidentados e aposentados do Estado de Goiás antes da Emenda Constitucional 16/1997.

Em nota, a diretoria do órgão informou que opera de forma deficitária. “O Ipasgo gasta por mês R$ 10,5 milhões a mais do que arrecada. Este rombo financeiro é composto R$ 3,5 milhões referentes aos programas sociais e R$ 7 milhões. A projeção para o ano de 2019 é de que esse déficit, caso não sanado, chegue a R$ 126 milhões”.

Em entrevista ao Diário de Goiás, o secretário Ernesto Roller denunciou que foram feitos descontos no salário dos servidores e o dinheiro não foi transferido o IPASGO. “Eu tenho a impressão que isso vinha sendo empurrado a duras penas para estourar no final do governo deles (José Eliton). Segundo ele, o governo quer individualizar as contas para que o desconto e transferência seja feita de forma imediata.

Atraso com fornecedores

A crise no IPASGO reflete no caixa dos prestadores de serviço para os quase 700 mil assistidos pelo instituto. “O último pagamento (à rede credenciada) aconteceu em setembro de 2018 e foi parcial. Há ainda um resto a pagar de R$ 10,7 milhões referente ao mês de setembro. O mês de outubro, que deveria ter sido pago em dezembro, também não foi pago”, informou a diretoria do órgão ao Diário de Goiás.

Faltando poucos dias para o fim de janeiro, a dívida com os prestadores de serviço pode alçancar um valor próximo de R$220 milhões. Sem o pagamento de dezembro, o desconto que seria efetuado para o IPASGO também não é efetuado.

A diretoria da Associação dos Hospitais foi procurada para se manifestar, mas estava incomunicável até o fechamento da matéria. 

Altair Tavares

Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .