O Governo de Goiás espera que o relacionamento com a direção da Equatorial Energia seja bem menos traumático do que o existente com a Enel Brasil, que já não se faz mais presente em solo goiano. Pesa o fato da presidência da nova empresa estar sob bastão de Lener Jayme, que já ocupou quadros na administração pública e até dois anos estava à frente da Celg GT, onde pavimentou caminho para a privatização.
A avaliação de setores do governo é de que Jayme conhece minuciosamente o estado. O próprio disse em sua apresentação, nesta terça-feira (03) que conhecia todos os municípios goianos. A escolha tranquiliza o Governo e evita que ruídos possam avançar evitando uma relação caótica como era com a Enel.
A transparência entre demandas também é algo que dá certo conforto ao governador Ronaldo Caiado. Com a Enel, não havia mais confiança. A palavra da companhia italiana ficava na promessa e o desgaste foi progressivo a ponto de Caiado sucessivas vezes ameaçar a concessão da empresa.
Por muitas vezes, o Governo de Goiás apresentava demandas e ouvia de representantes da Enel no Brasil que a situação estava nas mãos da matriz na Itália e a resposta nunca vinha. O banho-maria a alguns problemas deixava o governador Ronaldo Caiado bastante irritado.
Palacianos ouvidos pelo Diário de Goiás dizem que não esperam que a Equatorial faça milagres, mas é possível terminar 2023 com indicadores de energia bem melhores do que a Enel entregava. O próprio CEO da empresa, Augusto Miranda salientou em sua apresentação que mesmo com investimentos redobrados, os resultados não seriam imediatos.
Com o plano de cem dias, a empresa espera que o consumidor residencial não tenha maiores problemas. O foco serão moradores da Região Metropolitana de Goiânia e da região industrial de Aparecida de Goiânia. Também o setor agroindustrial de Jataí, Rio Verde, Montividiu e região será contemplado com uma estação que deverá resolver os problemas locais.
Questionado pelo Diário de Goiás sobre a relação que a empresa teria com o Governo, Jayme deu indicativos que seria harmônica em um relacionamento que será de mão-dupla. A empresa caminhará junto com as demandas da administração pública para que os resultados sejam apresentados rapidamente.
Pudera, o administrador já tinha relacionamento prévio com titulares do Palácio. Na coletiva, citou o nome do secretário da Governadoria, Adriano da Rocha Lima, um dos homens da confiança de Caiado e com quem terá reuniões regulares. Também mencionou que pretende abrir diálogo com outros setores e Federações da Indústria e Comércio.
A tendência é que a relação entre Equatorial e Governo de Goiás seja bem menos traumática do que o que se viu nos últimos quatro anos entre Palácio e Enel Brasil. Tudo dependerá da resposta aos problemas que a companhia que agora assume poderá apresentar nos próximos meses.