Desde a redemocratização ser eleito para governar Goiás e sonhar em presidir o país andam juntos. À exceção de Alcides Rodrigues, quem chegou ao governo alimentou o desejo e o noticiário com o voo almejado.
Iris Rezende chegou a disputar com Ulysses Guimarães o direito de se candidatar pelo MDB. Não conseguiu. Maguito Vilela e Marconi Perillo não passaram dos veículos goianos com tal pretensão.
O governador Ronaldo Caiado não só sonha como trabalha para ser candidato na próxima eleição. Pode dizer que está à frente de seus conterrâneos, pois já foi candidato a presidente.
Caiado disputou a presidência antes mesmo de se iniciar na vida pública, como deputado federal. Ele representou um lobby, na época: o dos produtores rurais, à frente da recém-criada União Democrática Ruralista, a UDR.
Caiado sonha acordado, mas não será tarefa fácil vencer nem mesmo a primeira batalha, interna, para ser o nome ungido pelo seu partido, o União Brasil. Há uma corrida nacional pela sucessão de Lula na presidência e de Bolsonaro como representante da direita.
Caiado é a direita no poder, sem o extremismo. Tem discurso e tem coragem. Mas o jogo ultrapassa o Cerrado. Vai além do torpor goiano com seus atos hoje. Seu governo é bem avaliado, porém suas ações e decisões internas serão bem recebidas em rede nacional? Seu discurso resistirá aos fatos?
O escrutínio nacional da realidade é o maior adversário de todos os sonhadores.
Vassil Oliveira
Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).