A advogada e empresária Ana Paula Rezende descartou de forma categórica qualquer possibilidade de aliança política com o ex-governador Marconi Perillo e afirmou que uma aproximação nesse sentido representaria uma traição ao legado do pai, o ex-prefeito e ex-governador Iris Rezende. A declaração foi feita durante entrevista ao podcast Domingos Conversa, podcast de entrevistas apresentado pelo jornalista Domingos Ketelbey, exibido nesta segunda-feira (22).
Questionada sobre a movimentação de Marconi Perillo no cenário pré-eleitoral de 2026 e sobre tentativas de associação ao legado irista, Ana Paula afirmou que vê com naturalidade e até com certo reconhecimento o fato de adversários históricos do pai passarem a reconhecer publicamente sua trajetória. Ainda assim, deixou claro que esse gesto não abre espaço para composição política.
“Eu me sinto até lisonjeada, porque isso mostra que até o maior adversário do meu pai reconhece e respeita a história dele. Isso não é ruim”, afirmou. “Mas eu não consigo pensar em um projeto onde eu esteja próxima do ex-governador. Eles foram adversários por décadas e nunca tiveram afinidades políticas.”
Adversários históricos
Ana Paula ressaltou que Iris Rezende e Marconi Perillo disputaram projetos opostos ao longo de décadas, em um período em que, segundo ela, as divergências políticas eram firmes, mas pautadas pelo respeito institucional. Ainda assim, afirmou que a distância política entre os dois nunca foi superada.
“Eles viveram em uma época em que adversários se respeitavam, mas nunca tiveram afinidades. Foram adversários de uma vida inteira”, disse. “Por isso, eu não consigo pensar nessa hipótese.”
Para a advogada, qualquer tentativa de associação ao legado irista precisa ser feita com cuidado e responsabilidade, sob pena de esvaziar o significado histórico da trajetória de Iris Rezende. “O meu maior propósito hoje é cuidar dessa história. Eu tenho que ter muito cuidado e muita responsabilidade com esse legado”, afirmou.
“Não vai acontecer”
Provocada sobre a possibilidade de setores ligados ao PSDB ou a antigos aliados de Marconi tentarem construir uma aproximação política, Ana Paula foi direta. “Para mim é impossível. Não vai acontecer”, disse, ao reforçar que não vê espaço para qualquer projeto político conjunto. “Eu não consigo pensar nessa hipótese”, repetiu, em tom enfático, ao encerrar o assunto.
Pré-candidatura e 2026
A fala ocorre em meio à construção da pré-candidatura de Ana Paula Rezende ao Senado Federal em 2026. Ao longo da entrevista, ela explicou que a decisão de ingressar na vida pública está ligada à necessidade de ter voz institucional para defender a preservação da memória política e valores que, segundo ela, vêm se perdendo no debate público.
“Eu tomei a decisão de tentar construir uma candidatura ao Senado. Não é algo imposto. Eu estou conversando, ouvindo as pessoas, tentando construir junto. Agora, se isso vai se viabilizar ou não, eu ainda não sei”, afirmou Ana Paula Rezende. “Sem mandato, eu percebi que não tenho voz suficiente para defender propósitos que considero importantes. Por isso, decidi tentar ocupar esse espaço”, completou.
Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: altairtavares@diariodegoias.com.br .

