A frase é de Edwal Freitas Portilho e resumiu bem o sentimento e a preocupação dos empresários reunidos com os representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL na sede da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG). Ele é diretor executivo da Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (ADIAL).
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Com uma sequência de dados sobre o desempenho da ENEL, os representantes do órgão regulador mostraram no “powerpoint” o que os empresários vivem na prática.
No entanto, ao fim da reunião ficou uma sensação de que há pouca margem para uma mudança imediata.
O tom de protesto também foi apresentado, inclusive com a voz embargada (de raiva), por Eduardo Veras, vice presidente da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (FAEG).
Marcelo Baiochi, presidente da Federação do Comércio, foi um dos primeiros a mostrar a indignação do setor com a empresa de energia. “Nós não podemos continuar com a pior empresa de energia do país”, protestou.
Uma das pendências da ENEL, prometidas à ANEEL, é a ligação de 23 mil pontos em propriedades rurais goianas. No entanto, se a empresa fizer o serviço imediatamente, o custo da energia será muito maior.
A regra é essa: Quanto mais a ENEL investe, mais ela pode aumentar a tarifa de energia. Enfim, se ela investiu R$1,5 bi em 2017 e 2018, o consumidor está pagando a conta com reajustes muito acima da inflação.
É comum o cliente da empresa relatar que sua conta está 2 ou 3 vezes mais cara do que a dois anos. Se a empresa aumentar os investimentos, vai ficar pior.
De volta à frase de abertura: A Enel está matando Goiás. A frase refere-se à falta de energia para os empreendimentos em Goiás em todos os setores.
Sem energia, não melhora a produção, nem amplia a arrecadação. Nem aumenta o Produto Interno Bruto (PIB), nem empregos.
O verbo “matar”, da frase, significa conter o desenvolvimento do Estado de Goiás.
A ENEL arrumou inimigos por todos os lados. Do governador Ronaldo Caiado à ADIAL. Da FIEG até a FAEG e à FECOMÉRCIO.
E, o maior de todos os inimigos, em volume: O consumidor. Ele reclama do alto preço da conta de energia e, se aumentar os investimentos, ele vai pagar a conta.
Como sempre.
Daquí a pouco, ou o Estado de Goiás retoma a ENEL, ou a empresa “mata” Goiás.
Que cenário tenebroso.
Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .