A Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) pretende implantar um novo modelo para remuneração das empresas de ônibus que atuam em Goiânia e nas cidades vizinhas. A base seria por quilômetro rodado e não por passageiro transportado. A CMTC pretende encaminhar o aprofundamento dos estudos ao governo estadual e as prefeituras.
A ideia é que não seja levado em consideração não apenas o quantitativo efetivo da demanda a ser transportada, mas o cálculo a partir de cada quilômetro rodado pelos ônibus. Na prática a ideia visa fazer com que as empresas coloquem mais veículos para rodar, o que seria benéfico para os usuários que teriam mais oferta do serviço e para as empresas que poderia ter um lucro maior se tiverem mais veículos rodando.
“Esse momento que estamos vivendo é muito mais fácil para mostrar para o governo estadual e para as prefeituras da região metropolitana que é o único caminho de construir um transporte de qualidade. É temerário transferir tudo para o usuário”, avaliou o presidente da CMTC, Benjamin Kennedy.
Para ele o governo estadual e as prefeituras é que vão definir se querem um transporte de qualidade na região metropolitana. O presidente avalia que hoje o sistema acaba remunerando pelo mal serviço.
É comum ônibus superlotados, uma demora para o usuário, trajetos que não atendem a real necessidade, são pontos que cada vez mais colaboraram para afastar o usuário do transporte coletivo. Dessa forma ano a ano vem caindo o Índice de Passageiros por Quilômetro (IPK). Durante a crise do coronavírus a demanda caiu 67%.
Benjamin Kennedy entende que essa seria uma alternativa interessante que poderia remunerar as empresas pela eficiência, com a criação de linhas alternativas, ou promovendo viagens de curta distância.
“O nosso modelo de transporte não remunera a qualidade, ele remunera o mal serviço. A remuneração é feita pelo usuário pagante, temos que mudar a metodologia do custeio de transporte coletivo, a ideia é remunerar por quilômetro rodado, a empresa não será remunerada pela ineficiência, mas pela eficiência, com mais ônibus no sistema”, disse.
O modelo é adotado em diferentes países da Europa. No Brasil, Brasília já adota o modelo. Em São Paulo é um sistema híbrido de tarifação. Quanto mais ônibus tiverem, quanto mais rodarem mais lucro terão.
Gratuidades teriam que ser reavaliadas em um novo modelo de remuneração, baseado na quilometragem. Dessa forma a bilhetagem seria passada para o órgão gestor do transporte coletivo do poder público, ou seja, pela CMTC.
“Não se contabiliza mais a quantidade de passageiros, mas pela quilometragem rodada, baseada numa planilha”. Benjamin Kennedy citou que em Brasília durante a pandemia há um aporte de R$ 91 milhões para que as empresas sejam subsidiadas e mantida a circulação de ônibus com ou sem passageiros.
Benjamin Kennedy espera que tão logo a medida possa ser aceita pelo governo estadual e das prefeituras para que o novo modelo seja implantado. Para que haja a concretização, seria necessário o envio de um projeto de lei para a Assembleia Legislativa.
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