Jornalista Cleber Ferreira / Foto: Reprodução
Cleber Ferreira, comentarista da Rádio BrandNews Goiânia, fez um balanço do Atlético-GO na Série B 2023. O jornalista frisou a evolução do Dragão a partir das contratações no meio do ano.
O principal erro na campanha do Atlético foi a falta de zêlo no planejamento do elenco para a competição. Achou que jogadores razoáveis que compuseram a defesa no time campeão estadual, davam conta de disputar o brasileiro, onde o grau de dificuldade é muito maior. Não deram e o time só cresceu quando vieram as contratações para o setor. Estas contratações, feitas na janela de transferências foram o grande acerto. Vieram quatro jogadores de times da série A, para a defesa: Zagueiros Luiz Felipe, Alix Vinícius, Heron e lateral esquerdo Lucas Esteves. Estes atletas consertaram o principal problema do time, a baixa qualidade no setor defensivo.
Ainda vieram, também de times da série A, dois jogadores para o meio de campo e um para o ataque: Gabriel Baralhas, Dodô e Matheus Peixoto. Time se agigantou a partir das chegadas destes reforços.
O técnico Jair Ventura teve sua contribuição, mas como considero que o problema antes da janela não era quem escalava, mas as peças que este alguém tinha para escalar, acho que outros treinadores que passaram pelo Atlético, sobretudo o Mozert e o Alberto Valentim também teriam feito campanha vitoriosa, se tivessem melhores opções para compor a defesa titular. O que eles tinham era o Ramon Menezes, Emerson Santos, Lucas Gazal, o Lucas Rocha (que nem jogou) e o Jéfferson. Se tinham estes jogadores, só podiam escalar eles na defesa e, exceto o Lucas Gazal, nenhum dos outros, dá conta de jogar uma série B. Por isto a defesa teve desempenho tão baixo e o time só cresceu quando as novas peças vindas da série A, chegaram. Com estas peças no elenco qualquer treinador consertaria a zaga atleticana, até o Jair Ventura. Por isto vejo os acertos da diretoria nas contratações, durante a janela de transferências, como os grandes responsáveis pela recuperação do Atlético na competição e vejo o trabalho do Jair com participação na recuperação, mas uma participação secundária: prioritário mesmo foi a capacidade nas contratações que a diretoria teve.
O goleiro Ronaldo foi o principal destaque do Atlético. Nos momentos decisivos ele salvou o time da derrota, tendo inclusive defendido um pênalti (inventado pelo árbitro a favor do Novorizontino) aos 49 minutos do segundo tempo, assegurando o empate para o Atlético. Se ele não defendesse aquele pênalti, o time teria saído alí, da disputa pelo acesso.
Vale destaque ainda o excelente campeonato feito pelo Gabriel Baralhas, Gustavo Coutinho (artilheiro da competição, melhor atacante da série B, na minha opinião), Khelvin, Luiz Fernando e Luiz Felipe.
Conseguindo voltar a série A, o Atlético, além de se fortalecer muito financeiramente, volta figurar entre os grandes clubes do futebol brasileiro, com oportunidades para fortalecer sua marca e buscar uma vaga para uma competição continental. Retoma sua caminhada de crescimento, iniciada em 2005. Não conseguindo o acesso o Atlético mantém estagnado o processo de crescimento e ainda tem a receita reduzida, graças as possibilidades de negociações com patrocinadores. Subir para série A será a redenção para o Clube e seus torcedores, ficar na série B será o fracasso de um ano de trabalho. Tomara que o Dragão suba.
