Quem estacionar em uma ciclovia, pode tomar multa grave, além de pagar o valor de R$195,23. Foto: Mel Castro
Com quase 1 milhão e meio de habitantes, atualmente Goiânia conta com pouco menos de 100 quilômetros de ciclovias, a despeito das ciclovias serem ícones da mobilidade urbana. Durante a campanha para a prefeitura, todos os candidatos destacaram esse modal de transporte em seus planos de governo.
É porque as ciclovias funcionam em contraponto ao trânsito convulsionado pelo excesso de carros, oferecendo também saúde e economia. Além disso, o eleitor, claro, está ansioso por uma mobilidade melhor.
Candidato à reeleição, o atual prefeito, Rogério Cruz (Solidariedade), lançou em abril deste ano o Plano de Mobilidade de Goiânia, também conhecido como PlanmobGyn. Entre seus principais objetivos: Reduzir o uso de veículos motorizados e incentivar o uso da bicicleta e da caminhada.
Segundo a Secretaria Municipal de Mobilidade, está em tramitação uma licitação que prevê a construção de mais 48 km de ciclofaixas em Goiânia. Atualmente o projeto está na Secretaria Municipal de Administração (Semad) com expectativa de publicação do certame ainda neste semestre.
Na gestão de Rogério, foram construídos 20,46 km de ciclofaixas em áreas estratégicas da cidade. Uma das intervenções mais importantes é a conclusão do Anel Cicloviário em 2022, que liga a Avenida T-63 e a Avenida dos Alpes, duas importantes vias da cidade. O circuito possui 13 km de extensão e cruza alguns dos bairros mais populosos da cidade.
A candidata Adriana Accorsi (PT) afirma que pretende dobrar os atuais 98 quilômetros de ciclovias de Goiânia. “As pessoas que querem esse modal de transporte têm que ter o direito de ter suas vidas protegidas”, argumenta.
Além disso, ela aponta que as ligações também poderão ser ampliadas. “Quero dobrar [a extensão] e não só nas áreas centrais, mas também dos bairros para o Centro, para que as pessoas possam trabalhar e estudar usando ciclismo. Quero fazer pelo menos mais 100 quilômetros em quatro anos”, planeja.
Já Vanderlan Cardoso (PSD) aponta diversos problemas e soluções sobre mobilidade. Quanto às ciclovias e ciclofaixas, ele lembra que Goiânia é uma cidade relativamente plana, o que favorece o uso de bicicletas. “Entretanto, temos menos 70 km de pistas em nossa capital. Portanto, é necessário ampliar a rede de ciclovias (pistas exclusivas) e ciclofaixas (partes da pista de rolamento), incentivando o ciclismo como meio de transporte.”
Já o candidato Matheus Ribeiro (PSDB) avalia que a falta de ciclovias seguras e bem conectadas muitas vezes limita a mobilidade urbana e compromete a segurança dos ciclistas. A ausência de uma rede de ciclovias adequada não apenas dificulta a vida de quem opta por esse meio de transporte mais sustentável, mas também contribui para o congestionamento e a poluição na cidade.
“Para resolver esses problemas, minha administração se compromete a expandir significativamente a rede de ciclovias em Goiânia, garantindo que elas sejam seguras, bem-mantidas e efetivamente integradas aos principais eixos de transporte público. Este projeto de expansão das ciclovias visa não só proporcionar opções de mobilidade mais verdes e saudáveis, mas também facilitar o acesso a regiões até então carentes dessa infraestrutura”, promete ele.
O candidato tucano ainda acrescenta que se eleito pretende implementar o Roda Fácil, um aplicativo municipal de mobilidade para suporte ao transporte multimodal permitindo aos usuários planejarem suas rotas incluindo bicicletas, facilitando a interação com outras formas de transporte público, como o BRT.
Sandro Mabel (UB) disse que pretende criar o Programa de Mobilidade Ativa, que inclui a requalificação das calçadas e a expansão da rede de ciclovias, ciclofaixas e bicicletários em Goiânia. “A ideia é construir uma mobilidade mais centrada nas pessoas, promovendo uma infraestrutura segura e acessível para ciclistas e pedestres”.
Além de incentivar o uso de bicicletas como meio de transporte sustentável, a proposta busca melhorar a qualidade de vida, promover a inclusão social e reduzir os impactos ambientais.
Já a assessoria do candidato Fred Rodrigues (PL) não se manifestou. Mas suas propostas já divulgadas sobre mobilidade urbana focam melhorias na infraestrutura de transporte público, incluindo ciclovias para melhorar a integração e segurança no trânsito.
A assessoria do Professor Pantaleão não foi localizada.
Para formalizar essas propostas sobre ciclovias e outras opções, nesta terça-feira (1º) o Ministério Público de Goiás (MP-GO) e o Ministério Público de Contas junto ao Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás vão assinar com os candidatos um Termo de Compromisso pela Melhoria do Trânsito e da Mobilidade Urbana da capital.
O documento foi elaborado pela promotora de Justiça Alice de Almeida Freire. No total, serão propostas 12 medidas para a melhoria do trânsito e da mobilidade urbana da capital. Entre elas: desenvolver, executar, monitorar e fazer avaliação contínua do Plano de Mobilidade Urbana de Goiânia. Integrar informações entre secretarias e órgãos municipais para mapeamento e fiscalização das obras em andamento e retomar a fiscalização eletrônica.