Durante reunião fechada da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará o relacionamento de autoridades goianas com o contraventor Carlinhos Cachoeira, deputados decidiram “colocar panos quentes nas discussões”. O presidente da CPI, Helio de Sousa (DEM), assim como o relator, Talles Barreto (PTB), não participaram do encontro e negam a existência de acordos. Nos bastidores, porém, conversas informam que a proposta interna é de redução dos ataques ao governo em troca de maior flexibilidade aos prefeitos.
Na sessão ordinária de ontem (9), o deputado Túlio Isac (PSDB) aumentou o tom em plenário e prometeu empenho nas buscas por irregularidades entre as prefeituras e a empresa Delta Construtora. As ameaças serviram de moeda de troca para o acordo que ele mesmo propôs. A informação que circula é de que os parlamentares da oposição permanecerão na superficialidade das investigações contra o governador e, em troca, os prefeitos do PT e PMDB não serão convocados pela Assembleia.
O histórico de descrédito das CPIs parece não vislumbrar um fim. Segundo o deputado Luis Cesar Bueno (PT) esta comissão só existe por influência da CPI de Brasília. “Se não tivessem instalado uma Comissão a nível nacional não haveria a instalação aqui na Assembleia”, afirmou. A expectativa era de que os resultados encontrados pelos parlamentares federais repercutissem no Estado, porém, estes parecem dispostos a ignorar o cenário político evidenciado pela mídia nacional.
Regimentalmente, a CPI pode estender seus trabalhos pelo prazo de 90 dias, com direito à prorrogação por mais 30 dias, podendo ser arrastada até o fim de agosto. Ela foi instalada na semana passada, com a assinatura de 35 parlamentares. Obedecendo ao princípio da proporcionalidade, compõem a comissão três parlamentares da base de apoio ao Governo Estadual e outros dois da oposição, estando todos em um período harmônico de funcionamento.