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Cena Política: Corrida sem favoritos

Assim como no ano passado, o processo de articulações políticas com vistas às eleições de 2014 no Estado pouco avançou e, tanto oposição quanto situação, tentam se cacifar para o processo. Essa é análise da jornalista Fabiana Pulcineli, na coluna Cena Política, publicada no Jornal O Popular desta segunda-feira (16).

Leia o texto na íntegra, disponível no site do Jornal, para assinantes:

Corrida sem favoritos

“Não está fácil para ninguém”, dizia o título desta coluna em dezembro de 2012, quando abordava as dificuldades tanto do governo estadual como dos grupos de oposição e os desafios que teriam no ano de 2013 para se fortalecer para as eleições.

Um ano se passou e ambos os lados avançaram pouco no sentido de juntar forças para o jogo eleitoral. Seguem empatados em problemas e fragilidades. No governo, há um esforço gigante em dizer que o ano foi excelente, que a população sente e reconhece os resultados da gestão, que os desgastes de 2012 são coisa do passado.

“Que final de ano. Que ano de 2013. Consagrador. É a colheita do que plantamos ao longo desse tempo. O Estado inteiro começa a perceber agora que nós não estamos brincando, que não temos preguiça para governar, que temos rumo, foco, disposição e grandes parceiros”, afirmou o governador Marconi Perillo (PSDB) em evento na quarta-feira.

Os investimentos de fato mais que triplicaram em relação ao ano passado e muitas das promessas começaram a ser cumpridas, mas ainda há problemas em várias áreas, a baixa popularidade do governador permanece e a percepção de “melhor governo da vida dos goianos” parece estar longe.

Se o Estado inteiro começasse a perceber uma boa gestão, o resultado da pesquisa Ibope/CNI divulgada na sexta-feira não apontaria que 21% dos goianos não consideram nenhuma área do Estado com melhor desempenho. Outros 20% apontaram agricultura, cujos méritos não podem ser atribuídos unicamente à gestão estadual. Em terceiro, foram citadas por 17% dos eleitores as rodovias, área do maior programa de investimentos do governo, o Rodovida.

Marconi tem aprovação de 29% e reprovação de 28%, ainda de acordo com a pesquisa. Não é um cenário nada positivo para quem tem rodado o Estado entregando benefícios diretamente ao povo – Bolsa Futuro, Poupança Aluno, alem de casas populares – e aplica em publicidade quase R$ 200 milhões por ano.

De outro lado, enquanto o governo ainda enfrenta dificuldades e a imagem do governador continua arranhada, a oposição passa ao largo dos assuntos do Estado e se prende a picuinhas internas, encerrando o ano desorganizada, dividida e desestruturada. Os primeiros dez dias do empresário José Batista Júnior, o Júnior do Friboi, como pré-candidato oficial do PMDB foram de declarações desastrosas e total falta de jeito para articular alianças e se fortalecer – seus dois desafios para os próximos meses.

Primeiro Júnior fez parecer que petistas teriam de engolir as articulações em nível nacional, sendo obrigados a apoiá-lo. Após o partido transformar a posse da nova direção estadual, na segunda-feira, em ato de apoio à candidatura de Antônio Gomide, prefeito de Anápolis, Júnior mudou a conversa. Pra pior.

Com pose de “tô nem aí”, disse que procuraria DEM e PSB caso o PT optasse por lançar candidatura e ameaçou: o PMDB em Goiás pode apoiar o governador do Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), à Presidência em vez de Dilma Rousseff. Por óbvio, Vanderlan Cardoso (PSB) e Ronaldo Caiado (DEM) deram um chega pra lá em Júnior, descartando a possibilidade de apoiá-lo, e o PT saiu mais insatisfeito.

Além da inabilidade política, as declarações são de um pragmatismo que, somado à fama de conquista de apoios em troca de dinheiro, não combinam em nada com um jeito novo e moderno de fazer política que Júnior diz estar disposto a fazer.

O PT aproveitou a solenidade de homenagem da Câmara de Goiânia a Iris Rezende (PMDB), na quinta-feira, para reforçar que o ex-governador aglutina, enquanto Júnior desagrega. O discurso calculado da filha de Iris no evento, repleto de recados, e dele próprio, reforçam o que já se sabe: Iris não está fora do jogo e assiste de camarote aos desacertos de Júnior, certo de que ele tropeçará nas próprias pernas.

O grupo gasta energia com os desarranjos internos e não incomoda o governador. Se Marconi hoje enfrenta dificuldades é por questões de seu governo e de seus desgastes, não por um trabalho eficiente da oposição.

Já o PSB de Vanderlan encerra o ano com perspectivas bem piores que em 2012. Ficou sem o DEM, não tem apoio garantido do PDT e perdeu terreno no cenário eleitoral. O ex-prefeito de Senador Canedo insiste na candidatura, mas não tem aliança e nem estrutura. Também não desenvolveu estratégias de oposição nem focou em projetos para se destacar como alternativa.”

Wellington Borges

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