Foram ouvidos pela Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Secretaria Municipal de Trânsito (SMT) três agentes de trânsito, da área de fiscalização seriam os responsáveis em um sistema eletrônico como responsáveis por retirar cavaletes para uso na interdição de ruas. Está sendo apurada a compra de 7.150 unidades num contrato de R$ 175 mil entre junho de 2015 a julho de 2016 e que não foram entregues e que podem ser chamados de “cavaletes fantasmas”.
Prestaram depoimento nesta segunda (17), os agentes: André Luiz Gonçalves Azevedo, Wander Alves de Aguiar e Alfredo Luís de Sousa Júnior. Os três apresentaram a informação e acusaram terceiros de utilizar suas senhas funcionais e números de matrícula para retirarem os cavaletes conforme constam no sistema de informática da secretaria.
Segundo o sistema da Secretaria, André Luiz Gonçalves teria retirado 2,7 mil cavaletes no dia 02 de março de 2015. Wander Alves de Aguiar teria feito três retiradas: de 25 cavaletes em junho de 2015; de 2,4 mil em fevereiro de 2016 e de mais 250 em maio de 2016. Já Alfredo Luiz de Souza Júnior seria o responsável por retirar outros 500 cavaletes em novembro de 2016. Além de ressaltar que não fizeram o procedimento, os servidores afirmaram não saber do paradeiro desses cavaletes.
Durante a reunião, os servidores destacaram que nunca viram os quatro mil cavaletes que foram atestados pela ex-diretora administrativa Maria Bernadete dos Santos depois de ter saído da SMT. Um exemplo apresentado pelos funcionários é de que na chegada da Tocha Olímpica em maio de 2016 foi o evento que mais consumiu os cavaletes já que foram interditados mais de 20 quilômetros de ruas, mas que devem ter sido utilizados de 400 a 500 unidades no apoio logístico e nunca a quantidade declarada no contrato, de mais de 7 mil.
O agente André Luiz, que atuou como Diretor de Fiscalização, afirmou que não retirou e sequer autorizou a retirada de 2.700 cavaletes do almoxarifado conforme consta no sistema. Ele acredita que sua senha e matrícula tenham sido utilizadas indevidamente por algum servidor que ele desconhece quem seja. Confirmou que nos Postos Avançados não havia espaço suficiente para mais que 150 unidades desse material e que pela sua experiência, cabe ao setor de almoxarifado controlar a entrada e saída dos cavaletes.
Já Wander Alves de Aguiar afirmou que não recepcionou a entrada desses cavaletes que eram entregues no PA da Cidade Jardim, da avenida Portugal e na sede na Serrinha. Ele teve 2.400 unidades desse material retirados sob seu nome, mas negou que tenha sido o responsável e que acredita no uso de sua senha por outra pessoa.
Já o agente Alfredo Luiz de Sousa Júnior foi enfático ao afirmar que é impossível a SMT ter utilizado em um ano os 7 mil cavaletes conforme a CEI apurou.
Outro depoimento colhido pela CEI hoje foi de Alexandre da Silva Kruk, gerente administrativo da SMT de junho de 2015 a agosto de 2016 e hoje coordenador do setor de compras e licitações da Câmara Municipal de Goiânia. Bastante nervoso, Kruk informou que atestou 3.150 cavaletes, apesar de não ter conferido o recebimento de todos eles.
A primeira nota fiscal atesta a entrega de 500 unidades no dia 23 de setembro de 2015. No dia 21 de outubro do mesmo ano, é registrada nova entrega. Desta vez, de 2.150 cavaletes.
Com informações da Câmara Municipal e da assessoria do vereador Elias Vaz
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