A Fifa anunciou nesta quinta-feira (3) que a Confederação Brasileira de Futebol foi multada mais uma vez devido a gritos homofóbicos de torcedores durante partidas da seleção brasileira.
Após ter recebido sua primeira multa em setembro, devido a gritos de “bicha” direcionados ao goleiro colombiano Ospina na Arena da Amazônia, a CBF terá que desembolsar 20 mil francos suíços (cerca de R$ 66 mil) devido à repetição do comportamento dos torcedores no jogo contra a Bolívia, em outubro, na Arena das Dunas.
A CBF também foi multada em mais 15 mil francos suíços (R$ 50 mil) por conceder entrevista fora de um dos locais oficiais na partida contra a Venezuela, em Mérida, cinco dias depois, também pelas eliminatórias da Copa de 2018.
A Federação Chilena recebeu sua sétima multa pelo mesmo motivo. Desta vez, terão que pagar 15 mil francos suíços devido aos gritos discriminatórios durante partida contra o Peru em Santiago. Caso mais extremo, o Chile já foi proibido de jogar no Estádio Nacional devido à reincidência das infrações.
A Argentina também foi multada em 15 mil francos suíços por cantos semelhantes no jogo contra o Paraguai em Córdoba, em outubro.
Desde o início do ano, a Fifa tem multado diversas federações devido a gritos homofóbicos.
Argentina, Chile, Peru e Uruguai já foram multados e advertidos pela entidade pelo grito de “puto” de seus torcedores quando o goleiro rival cobra o tiro de meta. O México, na Concacaf (confederação das Américas do Norte e Central), também já foi punido por essa razão. As multas variaram entre R$ 20 mil (Peru e Chile) a R$ 75 mil (Argentina e México).
Nos países de língua espanhola, “puto” é uma maneira pejorativa de se referir a homossexuais. No México, pelo menos desde 2004, quando o arqueiro do time contrário se prepara para repor a bola em jogo, os torcedores iniciam o canto com um longo “eee” e finalizam com o “puto” quando o tiro de meta é batido.
Nos últimos anos, com clubes do México na Libertadores, os brasileiros passaram a fazer o mesmo, trocando o “puto” por “bicha”. Torcedores do Corinthians foram os primeiros a importar a hostilidade, geralmente dirigida ao então goleiro do São Paulo, Rogério Ceni. Durante a Copa do Mundo de 2014, os gritos foram frequentes e desde então foram adotados não somente por membros de torcidas organizadas –durante a Olimpíada deste ano, eles aconteceram em quase todos os jogos de futebol do evento. No final de 2014, a diretoria do Corinthians soltou uma nota em que pedia o fim da manifestação homofóbica.
Folhapress