O ex-titular do 4º Distrito Policial de Goiânia, Manoel Borges de Oliveira, assegurou, nesta segunda-feira (27), durante entrevista coletiva, legalidade no depoimento colhido por ele do açougueiro Marcus Vinícius, um dos acusados de participação no assassinato do cronista esportivo Valério Luiz, morto a tiros na porta da rádio em que trabalhava, no dia 5 de julho do ano passado.
O delegado foi afastado na última quinta-feira sob a suspeita de irregularidades na oitiva que foi base para a soltura de Maurício Sampaio. No depoimento, Marquinhos, como é conhecido, nega conhecer o tabelião e ex-presidente do Atlético-GO, acusado de ser o mandante do crime.
“Bastava que a minha palavra tivesse credibilidade. Não precisava de nada, de imagem pra justificar que as declarações que o preso prestou na Corregedoria de Polícia são mentirosas”, argumentou o delegado, se referindo ao fato de que, para a Corregedoria da Polícia, Marquinhos disse ter sido coagido a depor.
“As declarações foram colhidas no gabinete do titular da Homicídios, com a autorização dele. Fui afastado injustamente. Já execraram comigo, a opinião pública, dizendo que eu fiz parte de uma manobra e que as declarações que eu colhi foram forjadas”, protestou Manoel de Barros.
Veja o vídeo com a entrevista coletiva: {youtube}3xWNMxwjXRk{/youtube}
Ele reclamou de perseguição e prometeu tomar medidas judiciais contra declarações que, na opinião dele, foram ofensivas. “Em qualquer categoria tem perseguição. Tem colegas que querem te derrubar. Antevendo isso, eu gravei o depoimento”, afirmou, depois de mostrar o vídeo com o depoimento de Marquinhos à imprensa. “Vou processar todos os que me caluniaram”, avisou.
Manoel Borges admitiu conhecer Maurício Sampaio, mas negou ter qualquer relação com ele, ou com a soltura do acusado. “Eu não soltei o Maurício Sampaio, foi a justiça e, se foi com base no nosso trabalho, que é sério, quem pode questionar isso?”