Com a proximidade do Carnaval, alguns cuidados são importantes para evitar problemas de saúde mais sérios decorrentes do calor. As aglomerações que ocorrem durante os eventos, festas e blocos de rua, podem ocasionar intensificar o efeito das ondas de calor, podendo ocasionar casos de exaustão térmica, que podem levar até a morte.
O cardiologista Fernando Costa, explica sobre a importância de alguns cuidados no Carnaval. “Ao se expor muito tempo ao calor, sem sombras, pouca água, e uma alimentação não adequada, o corpo pode apresentar dificuldades de equilibrar a temperatura, ocasionando consequências que podem variar de desmaios até outras mais graves como um infarto, AVC ou parada cardíaca”, alerta.
Um exemplo foi o caso da fã da cantora Taylor Swift, que veio a óbito durante a apresentação da artista, no ano passado. A morte foi causada por exaustão térmica, que acontece quando o corpo superaquece, geralmente em ambientes quentes, e a medida que o corpo fica mais quente, os vasos sanguíneos se dilatam, levando a uma pressão arterial baixa e fazendo com que o coração trabalhe mais para conseguir empurrar o sangue através dos vasos sanguíneos.
Ao chegar no local da folia, sempre analise o entorno do espaço e identifique se existem vias fáceis para sair com tranquilidade, caso o lugar fique muito cheio. “A dica é ficar nas partes periféricas e nunca no meio, dessa forma, caso sinta algum mal-estar, a saída para um ambiente arejado e vazio estará mais próxima”, sugere Fernando. Além disso, o especialista orienta ir a festas e blocos que tenham uma ambulância ou posto médico móvel próximo e ressalta a importância de sempre estar acompanhado de alguém.
O especialista salienta que roupas muito pesadas, abafadas e até na coloração errada, podem aumentar a sensação de abafamento e agravar sintomas de uma exaustão térmica. “Escolha tecidos leves e opte por cores mais refletivas ao sol que não absorvem tanto calor como o branco, violeta, azul, verde-água, ou seja, cores mais frias”, orienta. Tons de preto, vermelho, amarelo e laranja tendem a reter mais a quentura e podem piorar um hiperaquecimento do corpo.
O médico também sugere não vestir adereços muito pesados ou apertados, principalmente na cabeça, sobretudo para quem tem sensibilidade à estímulos de pressão ou enxaqueca. Além disso, durante os períodos mais quentes, é fundamental deixar o corpo suar e não encarar essa reação como algo ruim. “Transpirar é uma forma de perder calor e faz bem para o equilíbrio da temperatura corporal”. Além disso, não esquecer de utilizar o protetor solar, que deve ser um item obrigatório da fantasia.
Há quem diga que pular Carnaval gasta mais energia que um treino de atleta. De acordo com o cardiologista, essa comparação tem sentido, porque o esportista, como um jogador de futebol, por exemplo, faz pausas durante um treino ou uma partida, o que não acontece muito durante o Carnaval. Os foliões podem ficar muitas horas pulando, as vezes o dia inteiro, sem parar. “É fundamental manter o nível de fornecimento de calorias adequado. A recomendação é uma alimentação rica em carboidrato e açúcar antes e durante para evitar uma hipoglicemia ou outras complicações”.
Sabe aquele docinho que você evita comer todo dia? Segundo o médico, para quem for pular Carnaval está liberado. A dica é levar um chocolate ou um doce de leite na pochete ou na bolsa para comer durante a festa. “São ótimas fontes de reposição rápida de energia”, disse o profissional da Beneficência Portuguesa de São Paulo. Mas não abuse na quantidade! Para quem tem diabetes, atenção nesta dica, e sempre converse com seu médico.
Já dizia Carlinhos Brown, “Olha a água mineral!”. Sim, beber água durante todo o dia de folia é primordial. De acordo com o cardiologista, o ideal é a pessoa dobrar a quantidade de água que já ingere regularmente. “Se a pessoa bebe, 1,5L de água, deve tomar 3L. A transpiração e o gasto de energia serão maiores e, por isso, é necessário repor”. O especialista recomenda também as bebidas isotônicas para apoiar na hidratação, além disso, ele deixa o alerta: bebidas alcoólicas não hidratam e causam o efeito oposto, sugerindo que a pessoa aumente ainda mais a dose de água.