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Categorias: Brasil
| Em 6 anos atrás

Candidatos do DF ignoram crise e prometem reajuste a servidores

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Na capital do país, onde o serviço público deu origem às cidades e paga o salário de parcela relevante da população, desagradar servidores na campanha eleitoral não parece uma boa ideia. Entre os 11 candidatos a governador do Distrito Federal, que se arrasta em uma crise fiscal, dez prometem aumentar salários do funcionalismo.

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Dos quase 3 milhões de habitantes do DF, aproximadamente 500 mil trabalham na administração pública. O número representa 30% da população economicamente ativa da região. Desses servidores, 126 mil são ligados diretamente ao governo local.

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Na atual campanha, as ofertas de reajuste são as mais diversas. Vão do cumprimento de aumento que está bloqueado na Justiça ao atendimento de novas categorias e equiparação salarial de policiais civis com policiais federais.

O cenário das contas públicas, entretanto, não é favorável para o cumprimento das promessas. A atual gestão foi iniciada em 2015 com o DF operando em déficit primário e as despesas de pessoal estourando o teto permitido por lei.
Até o início do ano passado, os gastos com folha de pagamento ficaram acima do limite prudencial da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal). Nesse cenário, ficam vedados reajustes salariais e contratações, por exemplo. Desde então, esses gastos estão no patamar de alerta, a um passo do prudencial.

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Em 2015, a falta de dinheiro em caixa levou a um parcelamento de salários de servidores. A atual gestão também entrou na Justiça e conseguiu barrar de forma provisória o pagamento da última parcela de um reajuste concedido pelo governo anterior.

Além disso, as contas da capital federal vêm repetidamente apresentando resultados negativos. No ano passado, o DF registrou déficit primário de quase R$ 1 bilhão.

Apesar dos números, todos os melhores colocados nas pesquisas das eleições deste ano prometem dar aumento a servidores.

A proposta de governo de Eliana Pedrosa (Pros) prevê liberação do pagamento da parcela do aumento aos servidores que está barrada, além da recomposição salarial dos policiais e bombeiros militares.

Embora defenda em entrevistas o saneamento das contas públicas para depois negociar reajustes, o atual governador, Rodrigo Rollemberg (PSB), que tenta reeleição, fala em aumentos para servidores da saúde e da educação em sua proposta de governo.

Rogério Rosso (PSD) promete pagar a última parcela do reajuste pendente, aumentar salários de policiais militares, bombeiros e servidores da área de educação, além de equiparar os salários dos policiais civis com a Polícia Federal.

Tudo isso, diz, associado a uma redução gradual de impostos.

Aumentos para o funcionalismo também são prometidos por Alberto Fraga (DEM), Ibaneis (MDB), General Paulo Chagas (PRP), Fátima Sousa (PSol), Miragaya (PT), Guillem (PSTU) e Renan Rosa (PCO).

O único candidato que não menciona os reajustes é Alexandre Guerra (Novo). Ele defende a implementação de um sistema de remuneração vinculado a mérito, desempenho e assiduidade.

O secretário de Planejamento do Distrito Federal, Renato Brown, afirma que é muito difícil que candidatos que prometem novos reajustes de servidores consigam cumprir o compromisso.

Segundo ele, o pagamento da última parcela de reajuste vai gerar um impacto anual próximo a R$ 1,5 bilhão no orçamento, enquanto a equiparação salarial de policiais civis com policiais federais terá custo de R$ 800 milhões.

Brown ressalta que a média salarial do DF já é mais alta do que o restante do país.

“A média dos professores, enquanto o resto do país não consegue pagar R$ 2 mil, a gente parte de R$ 6 mil e chega a R$ 13 mil. Talvez não seja o ideal, mas é muito melhor que o resto do país. Nosso médico de 40 horas semanais ganha R$ 20 mil em fim de carreira”, afirma. (Folhapress) 

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