No primeiro mês de campanha eleitoral, os candidatos à Presidência declararam ter arrecadado R$ 150,8 milhões. Com apenas 3% das intenções de voto, Henrique Meirelles (MDB) é responsável por quase um terço desse valor -R$ 45 milhões que tirou do próprio bolso.
Ex-ministro da Fazenda e ex-executivo mundial do BankBoston, Meirelles tem o segundo maior patrimônio declarado entre os presidenciáveis -R$ 377 milhões. O mais rico é João Amoêdo (Novo), com R$ 425 milhões, que também colocou dinheiro do próprio bolso (R$ 50 mil). Nenhum outro candidato à Presidência usou a prerrogativa do autofinanciamento.
Os dados divulgados nesta sexta-feira (14) pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) mostram que dois terços do valor repassado a essas campanhas são de recursos públicos. Dessa fonte, foram disponibilizados R$ 100,9 milhões.
Dos 13 concorrentes, os que mais declararam uso de recursos públicos até agora foram Geraldo Alckmin (PSDB), com R$ 46 milhões, e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com R$ 20 milhões.
O petista está preso em Curitiba e teve a candidatura indeferida pela Corte eleitoral. Foi substituído por Fernando Haddad, que ainda não prestou contas.
Do total das doações, apenas 3% são de pessoas físicas.
No fechamento das contas, três dos candidatos estão no vermelho, com despesas registradas em valor superior ao arrecadado -Lula, com R$ 5,6 milhões de saldo negativo, Alvaro Dias (Pode), com R$ 442 mil, e Jair Bolsonaro (PSL), R$ 374 mil.
O postulante que declara a maior folga no caixa é Alckmin (R$ 19 milhões positivos).
O candidato do Patriota, Cabo Daciolo, declarou não ter tido nenhuma arrecadação e nenhum gasto de campanha. Questionado sobre gastos que teria tido, por exemplo, com a gravação do horário eleitoral de TV e rádio, o deputado não se pronunciou.
Daciolo cancelou nesta semana participação na sabatina promovida pelo UOL, em parceria com a Folha de S.Paulo e o SBT, sob o argumento de que estava em um monte, no Rio de Janeiro, onde mantém um período de jejum e orações de 21 dias.
Na campanha presidencial de 2014, os 11 candidatos declararam em setembro daquele ano terem recebido R$ 240 milhões, em valor corrigido pela inflação do período. A então postulante do PT, Dilma Rousseff, que acabou eleita, representava 65% do total.
Naquela eleição, a campanha eleitoral foi mais longa, com 45 dias a mais, e eram permitidas doações de empresas.