O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), negou nesta quarta-feira (5) que a conversa que pretende ter com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tenha como objetivo pedir apoio à sua pré-candidatura à Presidência da República em 2026. O goiano afirmou que a solicitação para a visita ao ex-presidente, que cumpre prisão domiciliar em Brasília (DF), tem “finalidade humanitária e político-institucional”.
A defesa de Bolsonaro enviou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), um pedido de autorização para o encontro, que deve ocorrer no condomínio do ex-presidente, no Jardim Botânico. Caiado sugeriu os dias 11, 12 ou 13 de novembro para a visita, e ressaltou, em ofício encaminhado ao STF, que o objetivo é manter “canais de diálogo respeitosos entre lideranças políticas”.
Durante entrevista coletiva em Brasília, após reunião com a bancada federal goiana sobre a PEC da Segurança e o projeto antifacção, o governador confirmou que ainda aguarda retorno do Supremo.“Não, não tem ainda o retorno. A solicitação foi feita e eu estou aguardando a data que será autorizada a minha ida para visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro”, afirmou Caiado.
Apesar de destacar o caráter institucional do encontro, a movimentação ocorre em meio à tentativa de reaproximação de Caiado com o eleitorado de direita. O governador tem adotado discursos mais duros sobre segurança pública e ampliado as críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Caiado tenta se consolidar como uma das principais lideranças da direita na corrida presidencial de 2026, disputando espaço com nomes como Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo; Ratinho Júnior (PSD), do Paraná; e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais. Tarcísio foi o primeiro desses governadores a visitar Bolsonaro após o início da prisão domiciliar, em 29 de setembro.
No documento enviado ao STF, Caiado destacou que “não possui intuito de interferir na execução da prisão domiciliar” nem “tratar de questões sub judice”. Em declarações anteriores, o governador chegou a prometer anistia ao ex-presidente caso seja eleito, reforçando o alinhamento político com o bolsonarismo.
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